Entre as principais conclusões do estudo da Kantar Worldpanel agora apresentado em Lisboa, na 5.ª Edição do ‘Marcas+Consumidores’ da Centromarca, destaca-se o aumento do consumo ‘fora-do-lar’ das famílias portuguesas. Ainda assim, fora de casa, o consumo de bebidas alcoólicas registou, entre abril e setembro deste ano, uma quebra de 14% em valor quando comparado com o período homólogo de 2016. No sentido inverso, o snacking (mais 54% em valor) tem conquistado mais espaço nas opções dos consumidores.
Em análise a estes resultados, Pedro Pimentel, diretor-geral da Centromarca, ressalva que “na área do grande consumo, o mercado português mostra algum dinamismo e adição de valor, mas quando analisamos o comportamento de consumo dos lares portugueses constatamos que esse crescimento é muito mais débil”.
O responsável afirma ainda que uma parte desse dinamismo é gerada no consumo ‘fora-do-lar’, reduzindo-se o número de refeições domésticas mas “2é também fundamental ter em atenção o impacto relevante do turismo nos números globais do consumo”, reforça.
Os dados referentes aos meses de verão vêm consolidar informações apuradas em períodos anteriores. Se, por um lado, as preocupações de saúde e bem-estar estão a influenciar cada vez mais as escolhas do consumidor, por outro, o consumo online no mercado de “Fast Moving Consumer Goods (FMCG)” ainda se mantém numa fase inicial.
O mercado FMCG – medido mantém, desde o início do ano, um decréscimo de cerca de 2,8% em volume e um crescimento de 0,6% em valor, por comparação com o período homólogo. Apesar de o verão ter registado uma maior predisposição para o consumo ‘fora de casa’ (3% em valor), este foi um período menos negativo no consumo ‘dentro do lar’ quando comparado com os meses homólogos de 2016.
Também as Marcas de Distribuição (MDD) ganham algum terreno em relação às Marcas de Fabricante (MDF).
Saúde e bem-estar: ganham terreno
Na análise feita pela Kantar Worldpanel às novas exigências do consumidor, os produtos designados como ‘saudáveis’ fazem parte da escolha de 78% dos lares. Para as preocupações de bem-estar contam diferentes alimentos: 84% dos inquiridos concordam que os produtos sem conservantes ou aditivos são mais seguros para as crianças; 77,5% refere que ingere menos gordura, e 69,3% dos consumidores preocupam-se com a redução do sal.
Desde o ano passado que se verifica uma maior adesão a este ‘novo saudável’, categoria relacionada com os produtos ‘free from’, em que o leite sem lactose é o produto mais comprado.
E-commerce sem avanços
No contexto europeu, países como o Reino Unido (7,5%), a França (5,6%) e a República Checa (3,2%) dominam o e-commerce, sendo que Portugal (0,9%) surge ainda numa fase de desenvolvimento. “Os números continuam a apresentar apenas uma relevância marginal, mas estamos convencidos que novos operadores poderão dar crescente atenção ao mercado online português, o que, juntamente com a reação que exigirá dos já presentes, poderá funcionar como o elemento agitador que provocará a respetiva dinamização, tal como vem acontecendo noutros países”, acredita Pedro Pimentel.
Para o Diretor-Geral da Centromarca, “o mercado online tenderá a sofrer um rápido desenvolvimento também no chamado grande consumo. Esse ‘boom’ sente-se internacionalmente, com a entrada dos mais importantes operadores globais online.”
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