Disso mesmo deu conta ontem no Funchal, durante a conferência “Perspetivas de futuro do ensino profissional no espaço europeu, nacional e regional”, organizada pela ACIF – Câmara de Comércio e Indústria da Madeira, que decorreu na Escola Profissional de Hotelaria e Turismo da Madeira.
Ao falar no painel “Perspetivas de crescimento do ensino profissional na RAM” disse que a Madeira apresenta desde o ano 2000 uma perda de nascimentos anuais na ordem dos 2,63% contra os 2% de média nacional. Em seu entender, isto irá trazer como consequência no futuro, um menor número de alunos nas escolas a nível global e igualmente nas escolas profissionais.
Por isso disse que as escolas profissionais vão ter de se adequar, como sempre têm feito, à nova realidade e, porventura, ministrarem cursos que o mercado procure ainda com mais qualidade.
José Luís Presa evidenciou que irá de encontro ao princípio da existência das escolas profissionais que correspondem às necessidades do mercado. “Todas as escolas foram criadas por necessidades do mercado”, no qual realçou as importantes parcerias com as empresas.
Não obstante este fator com consequências futuras, referiu que hoje cerca de 30% dos jovens portugueses não dispõem de qualquer qualificação o que, em seu entender, contribui para engrossar os números de desempregados. Contudo, para contrariar estes dados, as escolas profissionais também têm de ir ao encontro dos desejos dos jovens no sentido de criarem cursos aliciantes, que os motivem. “Se quisermos combater o fenómeno do abandono escolar é importante estudar e conhecer os seus interesses”, complementou.
Outro fator importante, que vai entroncar no que o presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque, disse ontem na sessão de encerramento desta mesma conferência, tem a ver com o que José Luís Presa disse serem algumas ideias que desvalorizam a formação profissional. Para sustentar as suas palavras deu como exemplos os países desenvolvidos da Europa onde há uma grande percentagem de alunos do secundário em formação profissional. São os casos da Suécia, com 70%, da Alemanha, com 65% e da França, com 55 por cento.
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