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Presidente da Galp: “Futuro da refinaria de Sines é uma das grandes questões estratégicas”

Andy Brown disse hoje que a empresa precisa de estudar o nível de investimento que a refinaria de Sines vai precisar para a “tornar resistente para o futuro” e com a procura por produtos petrolíferos a cair no mercado ibérico. Empresa registou 200 milhões de custos, imparidades e provisões com o encerramento de Matosinhos.
22 Fevereiro 2021, 16h10

A competitividade da refinaria de Sines foi um dos temas abordados hoje no primeiro contacto com analistas do novo presidente da Galp.

O sucessor de Carlos Gomes da Silva disse que a empresa ainda vai ter de calcular qual o valor de investimento necessário para manter esta refinaria competitiva.

“O futuro de Sines é uma das grandes questões estratégicas. É uma refinaria muito mais rentável do que a de Matosinhos”, começou por dizer Andy Brown esta segunda-feira, 22 de fevereiro.

“Ainda assim, o mundo está a mudar rapidamente: o que vamos precisar de investir nesta refinaria para a tornar resistente para o futuro, e quanto é que este futuro vai durar, é uma consideração importante para nós”, afirmou o gestor britânico.

Andy Brown espera que a empresa recupere as margens de refinação, mas avisou que a “procura ibérica” por combustíveis “também vai diminuir com o tempo”.

“Como é que tornamos Sines numa das principais refinarias ibéricas num mundo assim? Há decisões importantes para tomarmos”, alertou o novo líder da petrolífera portuguesa.

O encerramento da refinaria de Matosinhos também esteve em destaque na primeira chamada de Andy Brown com os analistas.

“O meu coração lamenta pelas pessoas que trabalharam tanto por tanto tempo naquela refinaria e sei que a decisão da administração em fechar a refinaria foi muito pesada”, começou por dizer o novo líder.

“É claro que permanecerá como parque logístico para nós e vamos procurar outras formas de usar essa instalação e estamos a estudar isso com atenção. Alguns dos equipamentos existentes são equipamentos que podemos utilizar noutros projetos, por exemplo em Sines”, explicou.

“Mas a nossa prioridade neste momento é ter certeza que temos um bom plano para as pessoas, temos um bom plano de como vamos desativar e descontaminar o local de maneira muito responsável e depois planear o que podemos fazer, afirmou Andy Brown.

Em relação a Matosinhos, a empresa registou um total de 200 milhões de euros nas contas de 2020 em custos, imparidades e provisões devido ao encerramento previsto da refinaria do Porto.

“Considerando as alterações estruturais dos padrões de consumo de produtos petrolíferos, motivadas pelo contexto regulatório europeu e pelos efeitos da pandemia, a Galp decidiu concentrar as suas atividades de refinação no complexo de Sines, e descontinuar as operações de refinação em Matosinhos a
partir de 2021″, segundo comunicado hoje divulgado pela petrolífera.

“A Galp registou 35 milhões de euros de custos de restruturação bem como imparidades e provisões
no montante de 247 milhões de euros, todos considerados como eventos não recorrentes, num total após impostos de 200 milhões de euros”, pode-se ler.

A companhia portuguesa avançou que está neste momento a “definir um plano de descomissionamento detalhado, assim como a avaliar alternativas de utilização para o complexo, as quais deverão originar opções de valor”.

Apesar de fechar a refinaria, a Galp garante que vai continuar a “abastecer o mercado regional através da
manutenção das principais instalações de importação, armazenamento e distribuição em Matosinhos”.

 

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