A Procuradoria-Geral de Espanha emitiu um mandado de captura europeu contra Carles Puigdemont e os quatro antigos membros do seu governo pelo facto de terem faltado à convocatória para prestarem declarações na Audiência Nacional, em Madrid.
“O suspeito Carles Puigdemont manifestou publicamente a sua intenção de não comparecer e solicitou, como também o fizeram Antonio Comín e Meritxell Serret, declarar por videoconferência, sem oferecer pormenores sobre o seu paradeiro. Pelo exposto, solicita-se que o tribunal ordene a sua captura e detenção de âmbito nacional e internacional”, pode ler-se na petição do procurador entretanto divulgada.
Na Bélgica em busca de “solução pacífica”
A Procuradoria-Geral de Espanha já tinha feito saber que iria emitir um mandato internacional de extradição para que o presidente destituído do Governo da Catalunha, Carles Puigdemont, e os seus ex-conselheiros comparecessem a julgamento na Audiência Nacional, em Madrid. Carles Puigdemont está na Bélgica com outros membros do seu governo para procurar uma “solução pacífica” para a crise que se instalou na região.
O advogado do presidente do governo destituído, Paul Bekaert, anunciou na quarta-feira que Carles Puigdemont não iria comparecer à audiência convocada pelo Supremo Tribunal de Justiça, sugerindo que os interrogatórios decorressem na Bélgica, para onde este se dirigiu após o Governo de Mariano Rajoy ter ativado o artigo 155º da Constituição espanhola e assumido o controlo da Catalunha. A audiência foi entretanto desconvocada e adiada para dia 9 de novembro.
Os outros ex-conselheiros catalães que estão na Bélgica juntamente com Carles Puigdemont são Antoni Comín (ex-conselheiro da Saúde), Meritxell Serret (ex-conselheira da Agricultura), Lluís Puig (ex-conselheiro da Cultura) e Clara Ponsatí (ex-conselheira da Educação). Os analistas políticos consideram que esta fuga à justiça se trata de uma estratégia mediática para angariar apoio para a causa catalã.
Os arguidos são acusados da prática de crimes rebelião, insurreição e mau uso de fundos, depois de terem “urdido uma estratégia do que se tornaria um movimento secessionista perfeitamente organizado e com repartição de papéis entre as autoridades governamentais, parlamentares e associações independentes”.
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