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Reino Unido: Número de cidadãos europeus deportados disparou após referendo do Brexit

Quase 5.000 cidadãos foram obrigados a deixar o país, apesar das promessas da primeira-ministra Theresa May em garantir os direitos dos cidadãos europeus aquando da saída da União Europeia.
11 Setembro 2017, 11h24

O número de cidadãos europeus deportados pelo Governo britânico disparou 14% nos últimos 12 meses, depois de o Reino Unido ter dado vitória ao Brexit no referendo de 23 de junho de ano passado. Quase 5.000 cidadãos foram obrigados a deixar o país, apesar das promessas da primeira-ministra Theresa May em garantir os direitos dos cidadãos europeus aquando da saída da União Europeia (UE).

Este é o maior número de deportações de cidadãos europeus a viver no Reino Unido de que há registo. Só nos primeiros três meses do ano, verificou-se um aumento de 26% no número de cidadãos europeus que foram forçados a deixar o país em comparação com igual período do ano passado, segundo dados avançados pelo jornal britânico ‘The Independent’.

Em junho deste ano, Theresa May reiterou o compromisso assumido com a União Europeia para proteger os direitos dos cidadãos europeus a residir no Reino Unido. “Os cidadãos da UE são parte integrante do tecido económico, cultural e social do nosso país e sempre é claro que vamos proteger seus direitos”, afirmou na altura, prometendo também uma política mais dura para o combate aos migrantes ilegais.

No entanto, as organizações que trabalham diretamente com os imigrantes dão conta de que a abordagem “hostil” de Theresa May face aos imigrantes ilegais, foi na verdade aplicada em relação a todos os imigrantes que não tenham residência no país e que estão a ser deportados à força, mesmo sem terem cometido qualquer delito.

À margem da legislação europeia, apenas podem ser retirados do país os cidadãos que “abusem” dos seus direitos, como por exemplo, tenham casado por conveniência para permanecer no país ou tenham cometido crimes no país, que comprometam a ordem pública ou a segurança nacional. Contudo, os cidadãos europeus sem-abrigo estão também a ser intimados a abandonar o país.

 “A liberdade de circulação no Reino Unido é cada vez mais um privilégio reservado aos ricos”, sublinha Benjamin Morgan, representante do grupo de apoio aos migrantes, North East London Migrant Action (NELMA).
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