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Retoma económica vai reabrir o apetite pelo crédito ao consumo em Portugal

Agência de notação financeira Moody’s prevê um aumento do consumo em Portugal no próximo ano e meio, com o crescimento do PIB e preços mais elevados da habitação, levando a taxas de recuperação mais fortes.
25 Julho 2017, 00h15

O crédito ao consumo vai aumentar entre os próximos 12 e 18 meses devido às melhorias na confiança do consumidor e no crescimento do Produto Interno Bruto (PIB),  segundo a Moody’s. 

A agência de notação financeira prevê, num relatório divulgado hoje, que a recuperação económica tenha reflexos no aumento do consumo, com o crescimento do PIB e preços mais elevados da habitação, levando a taxas de recuperação mais fortes e maior capacidade de serviço da dívida em hipotecas.

“O desempenho dos empréstimos ao consumidor em Portugal continuará a melhorar moderadamente, refletindo os baixos níveis de atraso entre hipotecas e empréstimos pessoais”, diz Greg Davies, vice-presidente assistente e analista de pesquisa da Moody’s, acrescentando que “a geração de cobranças dos empréstimos ao consumidor está a aumentar com o crescimento moderado do PIB, incentivando uma expansão económica mais ampla nos mercados consumidores. Os credores estão mais dispostos a ampliar o crédito, refletido pelo ressurgimento da confiança do consumidor”. 

A Moody’s realça ainda que a taxa de desemprego em Portugal diminuiu desde o final da crise financeira, até 9,5% em abril de 2017 de 16,9% no início de 2013. Esta melhoria “incentivará o crescimento do crédito ao consumidor”, nomeadamente do consumo pessoal. 

Ainda assim, a agência aponta a permanência de deficiências estruturais no mercado de trabalho, que continuam a ter um peso negativo sobre o potencial de crescimento económico. “Por exemplo, o desemprego a longo prazo e juvenil diminuiu, mas permaneceu elevado em 52% e 24% do desemprego total”, frisa.

“Esperamos ligeiros aumentos nos volumes de origem de hipotecas, mas estes serão suprimidos, uma vez que a maior taxa de amortização de empréstimos hipotecários existentes continua a compensar a nova origem de empréstimos hipotecários. Existe a possibilidade de que, se a inflação crescer no final de 2017 para cerca de 2,6%, a taxa de origem do empréstimo do consumidor seria reduzida”, acrescenta Lisa Macedo, vice-presidente e analista sénior da Moody’s.

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