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Santos Silva sobre Guterres: “não tenho dúvida” de que vai fazer reformas na ONU

O ministro dos Negócios Estrangeiros falou sobre os primeiros 100 dias de António Guterres à frente das Nações Unidas e destacou o “pragmatismo” e “capacidade de falar com todos” do secretário-geral.
10 Abril 2017, 09h55

O ministro dos Negócios Estrangeiros português considera que o mandato de António Guterres como secretário-geral da Nações Unidas tem sido um exemplo de independência. Para Augusto Santos Silva, Guterres afirma-se com um “perfil muito político e assertivo”, como afirmou em entrevista ao jornal “Público” para assinalar os 100 dias de António Guterres à frente da ONU.

“Não tenho nenhuma dúvida de que Guterres vai fazer reformas nas Nações Unidas — até porque essas reformas são necessárias”, referiu o ministro dos Negócios Estrangeiros, questionado sobre a necessidade de fazer reformas na ONU para ter o apoio da Casa Branca. “Já o fez no Alto Comissariado para os Refugiados, onde seguiu a orientação de gastar menos com a estrutura e gastar mais com os serviços prestados pela estrutura. Não sei se vai conseguir concretizar essa orientação, mas desejo que sim e pode contar com o apoio de Portugal nessa tarefa”.

No entanto, Augusto Santos Silva ressalvou que ainda não estão tomadas decisões que reduzam o envolvimento nos EUA nas Nações Unidas. Quanto às medidas mais importantes já tomadas por António Guterres nos primeiros três meses como secretário-geral da ONU, o ministro ressalvou que o secretário-geral reduziu “bastante” o gabinete, que tinha mais de 100 pessoas e cumpriu a prioridade que tinha definido de praticar uma política de igualdade de género.

“Em terceiro, pôs imediatamente no centro da ONU as questões humanitárias, como a fome em África, e imprimir logo a sua marca”, disse Santos Silva ao “Público”. “Ele sempre disse que representaria uma visão da missão das Nações Unidas vista através das populações e, em particular, das populações mais precárias”. O ministro destacou ainda o “pragmatismo” e “capacidade de falar com todos” na liderança de António Guterres.

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