O futuro da comunidade autónoma da Catalunha está um impasse, depois de a Generalitat ter realizado, no último domingo, um referendo separatista. A ida às urnas foi considerada ilegal pelo Tribunal Constitucional, mas nela participaram 2,2 milhões de pessoas, de acordo com o executivo catalão.
O impacto no Produto Interno Bruto (PIB) de Espanha, na economia do país, nos Direitos Humanos, entre outros aspetos, tem sido calculado à medida que os dias avançam e a tensão entre os espanhóis se intensifica. E no dinheiro que o cidadão guarda nos bancos? E os depositantes? O diário espanhol El Confidencial reuniu uma série de Q&A para explicar o efeito do escrutínio no setor bancário, que reunimos aqui:
Caso a Catalunha se torne independente, as poupanças estão a salvo num um banco catalão?
Sim, porque se a Catalunha se tornasse independente quer o CaixaBank, quer o Banco Sabadell, mudariam de sede ou criariam uma holding noutra cidade espanhola para não abandonar a zona euro.
O mesmo acontece se for cidadão catalão?
As poupanças podem ficar a salvo, mas o problema é que poderá não conseguir levantá-las da entidade bancária. Os especialistas contactados pelo diário concordam todos que o novo estado teria de estabelecer uma restrição da livre disposição de dinheiro em efetivo, o que significaria congelar contas e só permitir que se fizessem pequenos levantamentos por dia. Além disso, os montantes corriam o risco de desvalorização por causa da nova moeda catalã.
E se tiver um empréstimo?
Se não for cidadão da Catalunha, nada vai ser alterado, à semelhança dos depósitos. Caso contrário, fazer parte de um novo país muda o sistema de empréstimos. Isto porque teria de haver um novo banco central do local, com novas taxas de juros. Os créditos também iriam depender da nova moeda – mas aí a desvalorização iria beneficiar o cliente, uma vez que reduzi o valor da dívida.
As ações nos bancos da Catalunha estão seguras?
A independência não iria prejudicar os acionistas exceto com recessões naturais do mercado de ações, que devem continuar. O CaixaBank e o Banco Sabadell, as duas maiores instituições financeiras locais, têm níveis de solvência superiores, por exemplo, às do Banco Popular.
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