Decorreu hoje um plenário de trabalhadores da Autoeuropa, onde ficou decidido que os colaboradores da empresa de origem alemã não vão entrar em greve – face à evidência de que há evoluções positivas nas negociações com a administração. A informação é oriunda de alguns dos trabalhadores que estiveram presentes no plenário.
Mas José Carlos Silva, da Comissão de Trabalhadores da Autoeuropa, contactado e citado pela agência Lusa, escusou-se a confirmar ou desmentir qualquer informação sobre o plenário, referindo apenas que os encontros de trabalhadores de hoje serviram para dar conta das negociações em curso com a administração da fábrica e para os ouvir sobre a matéria.
Entre outras reivindicações, os trabalhadores da Autoeuropa reclamam um aumento salarial de 6,5%, com um incremento mínimo de 50 euros por trabalhador, valor superior à proposta inicial da administração, que terá sido de um aumento de 2% e 3% para os próximos dois anos – acima da inflação, de qualquer modo.
Por resolver está ainda a questão dos novos horários de trabalho a partir de agosto, altura em que a Autoeuropa deverá aumentar a produção de forma significativa para responder ao volume de encomendas do novo veículo T-Roc.
No passado mês de dezembro e após a rejeição de dois pré-acordos sobre os novos horários de trabalho, a administração da Autoeuropa decidiu avançar com um novo horário transitório, que entrou em vigor esta semana e que deverá manter-se até final do mês de julho.
Este horário transitório, que inclui a obrigatoriedade do trabalho ao sábado, tem sido muito contestado pelos trabalhadores da fábrica de Palmela, que chegaram a aprovar uma proposta de greve para os dias de amanhã e depois de amanhã, mas que não se concretizou dado não ter tido acolhimento por parte dos sindicatos.
A Autoeuropa deverá atingir este ano uma produção de 240 mil automóveis, a grande maioria do novo modelo T-Roc, veículo que o grupo alemão Volkswagen pretende construir apenas na fábrica de automóveis de Palmela e que está a ter boa aceitação no mercado.
O histórico do diálogo entre os trabalhadores e a administração, ou as várias administrações que têm passado pela fábrica de Palmela, tem sido no sentido de encontrarem-se sempre plataformas de entendimento ao invés da insistência dos pontos de vista diferentes com o recurso à greve.
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