A eventual venda do Novo Banco à Lone Star, por um valor que poderá ser simbólico, fez despertar o interesse de vários fundos internacionais que agora estão a olhar para a possibilidade de se juntarem a algum dos finalistas do processo que está a ser conduzido pelo Banco de Portugal (BdP), apurou o Jornal Económico junto de fontes conhecedoras do processo. Entre os fundos que avaliam este cenário estão o Cerberus e o Kildare, de acordo com as mesmas fontes.
“Alguns destes potenciais investidores, que tinham olhado para o Novo Banco no início, mas que depois desistiram, voltaram a interessar-se quando souberam que o Lone Star poderá comprar por um valor próximo de zero”, disse uma das fontes do mercado contatadas pelo Jornal Económico. Acrescentou que “a única forma destes investidores fazerem isso neste momento seria entrando em consórcio com um dos cinco grupos que foram selecionados pelo Banco de Portugal, o Lone Star, a Apollo/Center Bridge, o BPI, o Santander e o Minsheng”.
O Jornal Económico contatou o Cerberus Capital para confirmar se este fundo, que chegou a participar na primeira tentativa de venda do Novo Banco, está novamente na corrida. “Não fazemos comentários sobre esse tema”, respondeu uma porta-voz do Cerberus. O Kildare, também questionado, não respondeu até ao fecho da edição.
O Lone Star foi selecionado para iniciar negociações exclusivas com o Banco de Portugal para a compra do Novo Banco (ver texto na página seguinte). Inicialmente, o fundo americano oferecia 750 milhões de euros, mas colocou como condição a existência de uma garantia estatal de 2,5 mil milhões de euros, para se proteger do risco dos ativos problemáticos do chamado ‘side bank’. Dada a recusa do Governo de aceitar um negócio que tenha impacto nas contas públicas, a proposta teve de ser reformulada e as negociações que têm decorrido nas últimas semanas deverão culminar na retirada do pedido de garantia pública. Em contrapartida, o Lone Star deverá pagar um valor quase simbólico pela instituição de transição onde o Fundo de Resolução injetou 4,9 mil milhões de euros em agosto de 2014.
Se as negociações com o Lone Star não chegarem a bom termo, o Banco de Portugal poderá chamar à mesa negocial a Apollo/Center Bridge ou outro dos grupos selecionados para a fase final do atual processo de venda. Qualquer novo ‘player’ que queira entrar na corrida à 25ª hora terá de se juntar a um dos cinco finalistas.
Aethel fica em ‘stand by’?
Um dos interessados que estão nesta situação é o fundo Aethel, liderado por Ricardo Santos Silva e Aba Schubert. Este veículo enviou uma carta ao Ministério das Finanças, com conhecimento do BdP, onde mostra disponibilidade para avançar com uma proposta de compra do Novo Banco.
Ao que o Jornal Económico apurou, a resposta da parte do Estado e do supervisor será no sentido de tentar compreender melhor a eventual proposta do Aethel, deixando claro, ao mesmo tempo, que só entrará na corrida em caso de fracasso das negociações com o Lone Star e se entrar em consórcio com um dos finalistas. O que condiciona a proposta da Aethel, dado que, na carta que enviou, o fundo refere que não está disponível para se juntar a um dos cinco finalistas. O site “Eco” noticiou esta semana que os investidores que estão disponíveis para entrar na proposta da Aethel são vários fundos que foram lesados pela resolução do BES e que, na prática, estão disponíveis para converter em capital do Novo Banco os montantes que reclamam ao Fundo de Resolução.
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