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Web Summit: o festival de tecnologia que está a mudar Portugal

São mais de 1.500 investidores das maiores empresas mundiais. Startups nacionais que participaram em edições anteriores já angariaram 78 milhões em financiamento.
Cristina Bernardo
6 Novembro 2017, 07h25

A três dias do início da segunda edição do Web Summit em Lisboa, a organização de um dos maiores eventos mundiais de tecnologia  está em contagem decrescente para receber os mais de 65 mil visitantes que vão aterrar em Portugal.

“A Web Summit consiste em fazer conexões e dar às pessoas a oportunidade de ouvir algumas das pessoas mais influentes do mundo, abrangendo não apenas tecnologia, mas media, desporto, política e mais”, diz ao Jornal Económico Paddy Cosgrave, co- fundador e CEO da iniciativa (ver entrevista completa na edição diária do Jornal económico de segunda-feira, dia 6 de outubro).

O reboliço na cidade já começa a sentir-se. As reservas de airbnb aumentam, vêem-se mais estrangeiros em carros da Uber, os bares do Bairro Alto e do Cais Sodré preparam-se para noites mais frequentadas.

As máquinas de bilhetes e dos transportes e os operadores de telecomunicações de telecomunicações operadores também reforçaram a cobertura de rede em vários locais. “Beneficiámos da experiência da primeira edição em Portugal e acreditamos que conseguimos melhorar a organização”, frisa ao Jornal Económico a secretária de Estado da Indústria, Ana Lehmann.

Já se tornou incontornável destilar os números impressionantes que um evento desta dimensão implicam,  do número de terabytes de downloads registado durante os dias do evento aos pastéis de nata consumidos pela comunidade. O evento irá trazer a Portugal mais de mil oradores, repartidos por 21 conferências em nove palcos diferentes. Cerca de 1600 startups vai estar presentes, tal como 2500 jornalistas de todo o mundo.

O impacto económico é significativo. Estima-se que a edição de 2016 do Web Summit tenha injectado 200 milhões de euros na economia nacional, sendo um quarto desse valor absorvido pela indústria hoteleira e 50 milhões pelos diversos fornecedores directamente. ligados ao evento. Foram realizadas cerca de 15 mil reservas no Airbnb, gerando 2,8 milhões de euros.

Mas o que fica deste evento vai muito além deste impacto imediato. “O maior legado que um evento como a web summit nos deixa é do ponto de vista intangível, na notoriedade de Portugal e na melhoria do posicionamento de Portugal em termos internacionais, face à comunidade tecnológica”, sublinha Ana Lehmann.

A atratividade de Portugal como destino de investimentos sai reforçada e, para o ecossistema de startups portuguesas, os três dias do evento são uma oportunidade única. O Web Sumitt é um sítio de excelência para o networking,  para estabelecer pontes com os principais players do negócio e se conhecerem as jovens promessas. Trocam-se contactos, fazem-se parcerias, capta-se financiamento, estuda-se um oportunidade de negócio. Mais de 1500 investidores das maiores empresas mundiais vêm a Lisboa nos próximos dias. Só num evento paralelo da cimeira que decorre logo no dia de abertura, o Venture Summit, capitais de risco que representam cerca de 100 mil milhões de euros estarão reunidos na mesma sala durante um dia.

Impacto nas empresas nacionais

Fundada em 2010 por Paddy Cosgrave, Daire Hickey e David Kelly, a Web Summit é um dos maiores eventos de tecnologia, inovação e empreendedorismo do mundo- A cimeira tecnológica, que nasceu em 2010 na Irlanda, mudou-se para Lisboa por três anos, com possibilidade de mais dois.

A cimeira está a contribuir de forma decisiva para um dinamismo sem paralelo no setor tecnológico nacional. Segundo o SEP Monitor, um relatório internacional publicado em Junho, o ecossistema nacional de startups está a crescer duas vezes mais rápido do que a média europeia. Só em 2016, foram assegurados mais de 130 milhões de dólares em novos financiamentos, representando 40% do valor total de financiamentos gerados desde 2010.
Desde 2010, as startups portuguesas que se apresentaram no Web Summit já angariaram mais de 88 milhões de dólares (78 milhões de euros). Segundo dados da Startup Europe Partnership, esse valor representa cerca de um terço do total de 310 milhões de dólares (273 milhões de euros) angariados pelas startupsportuguesas desde 2010. Só em 2016 registou-se uma captação de 24,6 milhões de dólares (21 milhões de euros).

Presenças de topo

Além dos milhares de investidores ou participantes mais ou menos anónimos, as conferências do evento vão trazer a Lisboa nomes de peso no tecido empresarial e político a nível internacional. A nível de gestores,  destacam-se nomes como Mark Hurd, CEO da Oracle, Brian Krzanich, CEO da Intel, Brad Smith, president da Microsoft e Horta Osório, CEO do Lloyds. A nível político, vão marcar presença  Al Gore, antigo vice-presidente dos Estados Unidos, François Hollande, ex-presidente de França, António Guterres, secretário-geral da ONU e o comissário europeu Carlos Moedas.

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