[weglot_switcher]

Portugal emite 915 milhões de euros a 9 e a 12 anos com juros “bem acima” dos leilões anteriores

“Portugal emitiu 915 milhões de dívida de longo prazo, sendo 397 milhões em obrigações do tesouro a 9 anos e 518 milhões, em obrigações do tesouro a 12 anos. Na emissão a 9 anos a yield de colocação foi de 3,549% e na de 12 anos foi de 3,744%. As taxas obtidas estão em máximos históricos dos últimos 6 anos e estão bem acima das obtidas nos leilões anteriores”, salienta Filipe Silva do Banco Carregosa.
Cristina Bernardo
8 Março 2023, 12h55

A Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública (IGCP), colocou esta quarta-feira 915 milhões de euros de Obrigações do Tesouro através da realização de dois leilões com maturidade em julho de 2032 (OT 1,65% 16jul2032) e em outubro de 2035 (OT 0,9% 12out2035), ficando 8,5% abaixo do limite máximo estipulado de 1.000 milhões de euros para os dois leilões.

Portugal emitiu assim 915 milhões de dívida de longo prazo, numa altura em que os juros soberanos estão em máximos, sendo 397 milhões em obrigações do tesouro a nove anos e 518 milhões, em obrigações do tesouro a 12 anos.

Nas Obrigações do Tesouro a nove anos, com data de vencimento em julho 2032, a taxa/yield foi de 3,549% para um montante de 397 milhões de euros e a procura excedeu 2,58 vezes a oferta.

Já nas Obrigações do Tesouro a 12 anos (com data de vencimento em outubro 2035), a taxa/yield foi de 3,744% na colocação de um montante de 518 milhões de euros e a procura excedeu 2,27 vezes a oferta.

Filipe Silva, Diretor de Investimentos do Banco Carregosa, no seu comentário sobre as emissões de Obrigações do Tesouro, salienta que “Portugal emitiu 915 milhões de dívida de longo prazo, sendo 397 milhões em obrigações do tesouro a nove anos e 518 milhões, em obrigações do tesouro a 12 anos. Na emissão a nove anos a yield de colocação foi de 3,549% e na de 12 anos foi de 3,744%. As taxas obtidas estão em máximos históricos dos últimos seis anos e estão bem acima das obtidas nos leilões anteriores”.

“As taxas de juro têm vindo a ter uma trajetória ascendente e ajustadas às expetativas que o mercado vai fazendo relativamente às subidas que se esperam por parte do Banco Central Europeu”, acrescenta Filipe Silva.

“Apesar de Portugal estar com taxas mais elevadas e assistir o custo do serviço da dívida a subir, tal não tem sido percecionado pelo mercado como algo que coloque em causa o crescimento do país, algo que é possível verificar pelo spread que temos versus a Alemanha e que se tem mantido estável e nos mínimos dos últimos meses”, ressalva o responsável do Carregosa.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.