O presidente russo, Vladimir Putin, planeia encontrar-se com os principais líderes empresariais do país esta semana no Kremlin, o que sucederá pela primeira vez desde que lançou a invasão da Ucrânia. O encontro, que deverá acontecer a 16 de março, quinta-feira, com os principais membros da União Russa de Industriais e Empresários (RSPP) ocorre no momento em que o governo está a aumentar a pressão sobre as empresas para que estas paguem mais impostos e contribuam de forma mais clara para o esforço de guerra. A reunião do ano passado foi cancelada devido precisamente à guerra.
Segundo os jornais especializados, os empresários terão para contrapor ao aumento dos impostos queixas de que o Estado está demasiado presente na economia e querem pressionar por medidas para a liberalizar do ambiente de negócios. Isso inclui, segundo a agência Bloomberg, o levantamento da penalização criminal para alguns crimes económicos, incluindo a lavagem de dinheiro – o que é um pedido no mínimo extravagante e cuja formulação terá de ser confirmada.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, não fez qualquer comentário sobre a matéria. Os assuntos de economia estão a entrar na ordem do dia, à medida a que a Rússia enfrenta um défice orçamental crescente – imposto pelo esforço de guerra, mas também pelas consequências das sanções – que têm canibalizado as exportações.
Segundo a mesma fonte, o governo russo terá pressionado as empresas a pagar até 300 bilhões de rublos (cerca de 3,9 mil milhões de dólares) em novos impostos este ano. Uma decisão final sobre a questão não é esperada na reunião do Kremlin – mas os empresários ficam com evidência de que mais cedo ou mais tarde serão chamados a pagar a guerra.
No ano passado, o encontro também não se deu porque os empresários russos tentava escapar à política de sanções imposta pelos Estados Unidos e seguido pela União Europeia. Mas de pouco lhes terá valido: a maioria dos principais membros do conselho do RSPP está já sujeito às restrições.
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