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Credit Suisse deteta “debilidade material” no reporte financeiro

A notícia é avançada pela Reuters que adianta ainda que os auditores da PwC incluíram no relatório um parecer negativo sobre a eficácia dos controlos internos do banco.
14 Março 2023, 11h29

O Credit Suisse reconheceu no seu relatório anual de 2022 que detectou uma “debilidade material” no seu controlo interno sobre os relatórios financeiros.

A 31 de dezembro de 2022, o controlo interno do Grupo sobre os relatórios financeiros não era eficaz e, pelas mesmas razões, a administração reavaliou e chegou à mesma conclusão relativamente a 31 de Dezembro de 2021″, afirmou o banco suíço.

A notícia é avançada pela Reuters que adianta ainda que os auditores da PwC, no relatório, incluíram um parecer negativo sobre a eficácia dos controlos internos do banco.

As suas ações reagiram hoje em bolsa com quedas de quase 5% (4,74%). O banco já mergulhou 9,6% ontem e quase 4,5% na sexta-feira passada, na sequência da turbulência no sector bancário mundial após o colapso do Silicon Valley Bank.

O Credit Suisse anunciou que está a implementar um novo plano para  contrariar essas “debilidades materiais” que foram detetadas no reporte financeiro ao longo dos últimos dois anos depois de admitir que o controlo interno na prestação das contas “não foi efetivo” e que falhou nas avaliações de risco nos documentos de prestações de contas publicados desde 2021. Apesar de reconhecer esta falha grave, o Credit Suisse revelou que os números publicados referentes aos últimos dois anos representam de forma “razoável” as contas do banco.

Atingido por uma série de escândalos, as saídas de clientes no quarto trimestre aumentaram para mais de 110 mil milhões de francos suíços (120 mil milhões de dólares), o que o coloca em risco alguns amortecedores de liquidez.

O Credit Suisse também disse que suas saídas líquidas de ativos diminuíram, mas “ainda não foram revertidas”. O banco confirmou os resultados de 2022 anunciados em 9 de fevereiro, que mostraram um prejuízo líquido anual de 7,3 mil milhões de francos suíço.

O banco revelou que o final de 2022 viu “retiradas significativamente maiores de depósitos em dinheiro, a não renovação de depósitos a prazo e saídas líquidas de ativos significativamente mais altas do que as taxas experimentadas no terceiro trimestre de 2022”.

“Essas saídas estabilizaram em níveis muito baixos, mas ainda não tinham mudado até a data deste relatório. Essas saídas levaram à utilização parcial dos amortecedores de liquidez ao nível do grupo e caímos abaixo de certos requisitos regulatórios”, refere o banco segundo as agências noticiosas.

O Credit Suisse reconheceu que essas circunstâncias “aumentaram e podem continuar a aumentar” os riscos de liquidez. Espera-se que uma redução dos ativos sob gestão reduza a margem financeira e as comissões recorrentes, o que terá impacto nos objetivos de rácio de capital do banco.

“A falha em reverter essas saídas e recuperar nossos ativos sob gestão e depósitos pode ter um efeito material adverso nos nossos resultados operacionais e na nossa condição financeira”, segundo o banco citado pelos jornais internacionais.

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