Apenas cerca de 6% dos jovens entre os 18 e os 24 anos não tinham completado o ensino secundário e não se encontravam a estudar nem participaram em qualquer tipo de formação em 2022. Dados da plataforma Brighter Future da Fundação José Neves, divulgados esta quinta-feira, 23 de março, revelam que a taxa de abandono escolar em Portugal, historicamente elevada no contexto europeu, ultrapassa assim a meta europeia de 9% prevista para 2030.
Em 2022, como nos anos anteriores, a taxa de abandono escolar precoce foi de 3,9% nas mulheres e de 7,9% nos homens.
Em dez anos, Portugal fez um caminho assinalável na recuperação do atraso. “O decréscimo do abandono escolar precoce na última década representa um dos progressos mais relevantes na educação em Portugal. Em 2011, o mesmo indicador fixava-se nos 23%, ou seja, num período de 11 anos, verificou-se uma notável redução de 17 pontos percentuais”, destaca a Brighter Future.
A redução do abandono precoce está diretamente associada ao alargamento em 2009 da escolaridade obrigatória até aos 18 anos de idade e à expansão da via profissionalizante do ensino secundário.
Os dados revelam que, em 2021, 83% dos jovens portugueses com idade entre os 25 e os 34 anos tinham completado, pelo menos, o ensino secundário. Dez anos antes, em 2011, a taxa era de 56%. “Este aumento foi acompanhado por um reforço do ensino profissional, no secundário, particularmente notório a partir de 2005, quando a sua oferta foi generalizada às escolas públicas, e foi sendo reforçado nos anos seguintes com o objetivo de combater o insucesso e o abandono escolar”, explica a Brighter Future.
A diminuição do abandono varia muito de região para região. Em 2021, por exemplo, a taxa de abandono na Região Autónoma dos Açores situava-se nos 23,2%, quase quatro vezes mais do que a média nacional, que no mesmo ano era de 5,9%. Nesse ano, só a Área Metropolitana de Lisboa e a região Norte registaram taxas de abandono abaixo dos 6%.
A União Europeia estabeleceu como meta para 2030 que a taxa de abandono escolar precoce se situe abaixo dos 9%. Os últimos dados internacionais, referentes a 2021, revelam que Portugal só seis países apresentaram taxas de abandono escolar mais baixas do que Portugal, situando-se a média europeia nos 9,7%, cerca de 3,8 pontos percentuais acima da média nacional que foi de 5,9%.
Quer nos homens, como nas mulheres, a taxa de abandono escolar precoce em Portugal registou um desempenho acima da média europeia, comprovam os dados da Brighter Future .
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