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TAP. “CEO não foi ouvida em pessoa por não falar a língua”, diz Inspetor-geral de Finanças

A Inspeção-Geral de Finanças (IGF) é a primeira entidade ouvida na comissão de inquérito à TAP no Parlamento, constituída por iniciativa do Bloco de Esquerda.
29 Março 2023, 17h45

Antonio Ferreira dos Santos, Inspetor-geral da Inspeção-Geral de Finanças (IGF) prestou declarações esta tarde na Comissão de Inquérito à TAP e revelou que a entidade não ouviu a “CEO da TAP em pessoa por não falar a língua” aquando da elaboração do relatório sobre o processo de saída e respetiva indemnização da antiga administradora da companhia aérea e ex- secretária de Estado do Tesouro, Alexandra Reis.

“Demos oportunidade para a CEO usar a tradução”, afirmou o mesmo responsável.

A Inspeção-Geral de Finanças (IGF) é a primeira entidade ouvida na comissão de inquérito à TAP no Parlamento.

A IGF concluiu que o administrador financeiro da TAP não teve conhecimento do acordo de saída de Alexandra Reis, e que, além de Pedro Nuno Santos e Hugo Mendes, mais nenhum membro do Governo esteve envolvido.

“Quanto ao CFO [administrador financeiro] da TAP, do que nos foi possível apurar, este não esteve envolvido, uma vez que toda a negociação terá ocorrido à margem do Conselho de Administração e da Comissão Executiva, a que pertencia, não existindo evidência de que o CFO tenha tido conhecimento do mesmo”, afirmou o inspetor-geral de Finanças, António Ferreira dos Santos, que está a ser ouvido na comissão parlamentar de inquérito à tutela política da gestão da TAP.

O responsável da IGF acrescentou que a análise feita ao processo de saída da ex-administradora da TAP concluiu também que Gonçalo Pires “não terá tido igualmente intervenção no pagamento” da indemnização.

Adicionalmente, a IGF concluiu que, além do ex-ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, e do ex-secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Mendes, “mais nenhum membro do Governo teve envolvimento ou conhecimento prévio do processo”.

Quanto às afirmações da presidente executiva, Christine Ourmières-Widener, que se queixou de não ter sido ouvida pela IGF, prestando esclarecimentos por escrito, António Ferreira dos Santos explicou que a gestora, “querendo”, podia ter prestado à IGF, “por sua iniciativa, esclarecimentos adicionais, por qualquer forma escrita ou verbal”.

Alexandra Reis será ouvida na próxima semana.

No dia 6 de março, o Governo fez saber que a IGF concluiu que o acordo celebrado para a saída antecipada de Alexandra Reis da TAP era nulo, pelo que seria exigido a devolução da indemnização de 500 mil euros.

Em atualização

 

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