Laura Abreu Cravo é coordenadora do Departamento de Serviços Financeiros do Ministério das Finanças mas a sua nomeação nunca foi publicada em Diário da República, revela a “TVI”. A falta da publicação da nomeação só por si já é estranha mas a situação agrava-se quando se sabe que Laura Cravo é mulher do atual ministro das Infraestruturas e anterior Secretário de Estado da Energia, João Galamba.
As entrada e saída do antecessor de Laura Cravo foram devidamente publicadas em Diário da República, pelo que a falta de nomeação da atual coordenadora é uma incógnita. De acordo com especialistas em administração pública consultados pela publicação, a ausência de nomeação contraria o que está previsto na lei e as regras de transparência do Estado.
Em resposta à “TVI”, o Ministério das Finanças justifica que Laura Abreu Cravo é uma funcionária de origem da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM) e está no Gabinete de Planeamento, Estratégia, Avaliação e Relações Internacionais ao abrigo de um Acordo de Cedência de Interesse Público. Ou seja, Laura Cravo foi convidada a permanecer no gabinete para exercer funções de acompanhamento e participação do processo legislativo europeu na área dos serviços financeiros mas “não desempenha uma função dirigente na Administração Pública, razão pela qual não houve lugar à sua nomeação” em Diário da República.
PSD pede esclarecimentos imediatos
Com o ministro das Finanças, Fernando Medina, a ir à Comissão de Economia e Finanças esta terça-feira, a partir das 11 horas, o PSD já pediu que este aproveite a sua deslocação ao Parlamento para esclarecer a razão da nomeação da mulher do ministro das Infraestruturas nunca ter sido publicada em Diário da República.
Com mais um caso de ‘familygate’ no Governo, os sociais-democratas considera que estes casos são insustentáveis. À “Rádio Renascença”, o deputado Hugo Carneiro lembra que Laura Abreu Cravo entrou no ministério quando Fernando Medina já era ministro, pelo que o mesmo não pode afirmar desconhecimento da contratação da mulher do colega de Governo.
“Espero que o ministro tenha consciência e não fuja à necessidade de esclarecer este caso. A esposa de João Galamba entra no Ministério das Finanças para estas funções em março de 2022, quando Fernando Medina já estava em funções. Ele não pode dizer que não sabia. Não é uma pessoa qualquer, é a esposa de um ministro. Não podem ficar dúvidas sobre este caso”, apontou Hugo Carneiro à “Renascença”.
Caso o ministro das Finanças não dê resposta a este caso quando questionado sobre o mesmo na Assembleia da República, o PSD avisa que vai pedir a presença de Fernando Medina no Parlamento para falar exclusivamente sobre a situação de Laura Cravo.
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