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NOVA em consórcio europeu que vai promover residências de jornalistas de ciência

European Research Council atribuiu 1,5 milhões de euros a um único consórcio europeu, para promover residências de jornalistas de ciência em instituições de investigação por períodos de três a cinco meses. A Universidade NOVA de Lisboa integra o projeto.
13 Abril 2023, 11h10

Ana Sanchez e António Granado, professores da Universidade NOVA de Lisboa, integram o consórcio europeu que vai receber 1,5 milhões de euros do European Research Council (ERC) para implementar um projeto de residências de jornalistas de ciência em instituições de investigação em toda a Europa.

O projeto, denominado FRONTIERS, funcionará entre 2023 e 2027, e tem como objetivo promover a independência jornalística e a cobertura de investigação de ponta, como aquela que é normalmente apoiada pelo ERC.

“Para participar neste programa, os jornalistas terão de apresentar uma candidatura para realização de uma residência de entre três a cinco meses, numa instituição de ciência europeia”, explica António Granado, professor na NOVA FCSH. “A ideia deve partir do jornalista e o consórcio providenciará as condições financeiras à sua execução”.

Durante o período de vigência do FRONTIERS, serão anunciadas três fases de candidatura a que os jornalistas poderão concorrer a nível europeu. As propostas serão avaliadas com o apoio de uma comissão independente e os vencedores assinarão então um acordo de dedicação total ao projeto, durante o período necessário à sua realização. Serão financiadas entre 30 a 40 residências durante a vigência do programa.

As instituições científicas de qualquer área do conhecimento serão convidadas a manifestar o seu interesse em receber os jornalistas e a criar as condições necessárias à realização do projeto. Um dos objetivos desta iniciativa, que inclui um programa de formação sobre a cobertura independente e eticamente responsável da ciência, será também promover a aprendizagem mútua entre cientistas e os jornalistas.

“As propostas dos jornalistas poderão abranger todo o tipo de trabalhos jornalísticos, projetos de livros ou qualquer outro tipo de produções de divulgação de ciência de ponta”, esclarece Ana Sanchez, professora do ITQB NOVA. “Ao longo deste tempo, espera-se também que o público e os decisores políticos possam ter um contacto mais concreto com a ciência europeia”.

A equipa da NOVA coordena desde 2011 o mestrado em Comunicação de Ciência da Universidade, criado com o apoio do então diretor do ITQB e do atual reitor Universidade NOVA de Lisboa, João Sàágua que, na altura, dirigia a NOVA FCSH.

“É um orgulho enorme para a NOVA ver os resultados da colaboração entre duas das suas escolas, a FCSH e o ITQB, incluindo o seu Mestrado em Comunicação de Ciência e o seu spin-off, o programa ‘90 Segundos de Ciência’, reconhecidos internacionalmente, ao mais alto nível europeu, com um financiamento do ERC”, diz João Sàágua.

A NOVA ficará responsável pela comunicação do projeto e realizará, nas suas instalações, a conferência final do FRONTIERS. Nessa altura, será apresentado um guia, baseado na experiência do programa que possa ser usado por outras instituições que queiram replicar um projeto semelhante.

Do consórcio FRONTIERS fazem parte, para além da Universidade NOVA de Lisboa, a Universidade Pompeu Fabra, de Espanha, o Centro para a Ética em Ciência e Jornalismo , de Itália, e a empresa de Israel, Enspire Science, que coordena o projeto.

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