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“Programa de Estabilidade é construído para aquilo que Bruxelas quer ouvir”, admite economista Pedro Reis

No entender do economista Pedro Reis, em análise para a CNN Portugal, “é bom que a dívida vá sendo reduzida e isso é bom para as contas públicas mas o ponto a observar é o peso da receita fiscal e isso contrabalançado com os apoios à famílias mais carenciadas”.
Cristina Bernardo
16 Abril 2023, 19h54

O economista Pedro Reis antecipou este domingo aquela que será a apresentação do Programa de Estabilidade para o período de 2023 a 2027 mas destacou, entrevistado pela CNN Portugal, que este é o tipo e documento que é sobretudo construído para aquilo que Bruxelas quer ouvir.

“Estes Programas de Estabilidade são muito construídos para aquilo que Bruxelas quer ouvir. Esta cenarização que é feita no Programa de Estabilidade por norma procura que as previsões para a economia sejam feitas sem grandes polémicas”, começou por referir este economista.

De acordo com a análise de Pedro Reis, esta apresentação será efetuada num momento de grande incerteza: “Estamos numa fase de grande volatilidade. O Programa de Estabilidade tem muito a ver com previsões macroeconómicas e grandes referenciais orçamentais procurando casar as duas coisas: atenuar o abrandamento ou acelerar o crescimento”.

“Quando temos esta nuvem pesada, é muito difícil ancorar perspectivas mais fidedignas. Será importante acompanhar o valor da inflação, a taxa de crescimento do PIB, a dívida pública e até a própria receita fiscal”, realçou o economista e ex-presidente da AICEP.

Para Pedro Reis, “é bom que a dívida vá sendo reduzida e isso é bom para as contas públicas mas o ponto a observar é o peso da receita fiscal e isso contrabalançado com os apoios à famílias mais carenciadas”.

O ministro das Finanças, Fernando Medina, irá esta segunda-feira proceder à apresentação do Programa de Estabilidade referente ao período de 2023 a 2027, numa sessão que será acompanhada ao minuto no site do JE.

O Governo aprovou esta quinta-feira em Conselho de Ministros o Programa de Estabilidade relativo ao mesmo período, bem como a proposta de lei das Grandes Opções do Plano para 2023-2026 e o Programa Nacional de Reformas para 2023. De notar que o Governo vai remeter já esta segunda-feira, dia 17 de abril, o Programa de Estabilidade a Bruxelas, além de o entregar no Parlamento.

 

 

Pedro Reis, economista

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