O Santander Portugal obteve lucros de 185,9 milhões de euros nos primeiros três meses do ano, o que representa uma subida de 19,6% face ao resultado líquido de 155,4 milhões de euros registado no primeiro trimestre de 2022.
“Nos três primeiros meses do ano, alcançámos um resultado líquido de 186 milhões de euros e continuámos a apresentar indicadores robustos, que reforçam a nossa solidez de balanço e a nossa capacidade de apoiar a economia, as empresas e as famílias em Portugal”, afirma Pedro Castro e Almeida, CEO do banco, num comunicado divulgado esta quinta-feira. A rentabilidade dos capitais próprios (ROE, na sigla em inglês) situa-se nos 19,7%.
Neste período, a margem financeira aumentou 38,1% em termos homólogos, para 267,7 milhões de euros, “refletindo as medidas de política monetária implementadas pelo BCE desde julho de 2022, em termos de subida das taxas de juro de referência”, indica o Santander.
Por outro lado, refere a instituição financeira, “apesar da subida das taxas de juro, manteve-se um contexto concorrencial bastante competitivo, que continuou a pressionar em baixa os spreads de crédito”.
As comissões líquidas subiram 2,2% para 121,7 milhões de euros no primeiro trimestre, refletindo a “dissipação dos efeitos da recuperação pós-pandémica, que influenciaram o crescimento das comissões em 2022, nomeadamente as transacionais, e, também, o enquadramento de taxas de juro mais elevadas, que se reflete numa moderação dos volumes de nova produção de crédito”.
Os resultados da atividade de seguros registaram um crescimento homólogo de 56,3%, para 4,8 milhões de euros, enquanto os resultados em operações financeiras ascenderam a 8,2 milhões de euros, um acréscimo de 2,2% no mesmo período.
Já os custos operacionais cresceram 5,6% para 127,6 milhões de euros. Este crescimento deve-se à atualização salarial implementada em 2023, com os custos com pessoal a crescerem 4,8% face ao período homólogo, e ao impacto da inflação elevada os gastos gerais e administrativos, que subiram 8,3%.
A imparidade líquida de ativos financeiros ao custo amortizado ascendeu a -17 milhões de euros, o que compara com -3 milhões no mesmo período do ano passado. “O contexto económico alterou-se face ao observado no período homólogo, com taxas de juro e taxa de desemprego mais elevadas”, explica o banco.
Apesar disso, a qualidade da carteira de crédito registou uma melhoria, com o rácio de NPE a recuar 0,2 pontos percentuais para 2,1%, no final do trimestre.
O rácio de capital CET1 (fully implemented) situou-se nos 13,5% nos primeiros três meses, uma redução de 7,8 pontos percentuais face ao período homólogo, depois de a administração do banco ter decidido retomar o pagamento de dividendos no ano de 2022.
Carteira de crédito recua mais de 2%
No final de março de 2023, a carteira de crédito ascendeu a 42,6 mil milhões de euros, o que representa uma descida de 2,2% face ao mesmo período de 2022. “A dinâmica dos volumes de crédito está muito influenciada pelo contexto de taxas de juro elevadas, com a diminuição da procura de crédito de médio e longo prazo, em especial ao nível das empresas”, indica o Santander no comunicado.
Enquanto a carteira de crédito hipotecário cresceu 1,8% e a carteira de crédito ao consumo subiu 4,7%, o crédito a empresas recuou 7,2% para 14,9 mil milhões de euros.
“À semelhança da dinâmica observada já no final de 2022, a redução reflete a conjugação de vários fatores, tais como um conjunto de vencimentos programados ao nível de empresas de maior dimensão, que dispõem também de maior liquidez, além dos impactos da envolvente económica, com a incerteza global e a subida das taxas de juro, e ainda a amortização de linhas com garantia do Estado criadas no período da pandemia”, afirma o banco.
Por outro lado, os recursos de clientes ascenderam a 44,8 mil milhões de euros, ou seja, decréscimo de 5,5%. Os depósitos recuaram 4,9% para 37,3 mil milhões de euros, “refletindo em grande medida a amortização antecipada de crédito pelos clientes”.
Notícia atualizada às 9:55
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