Hoje, dia 25 de julho, pelas 16h30m, o ministro do Planeamento e das Infraestruturas, Pedro Marques, vai ao antigo posto transfronteiriço da ponte internacional sobre o Guadiana, entre Portugal e Espanha, para fazer o ponto da situação das obras de reabilitação desta infraestrutura.
Segundo o Jornal Económico soube junto de fonte oficial da IP- Infraestruturas de Portugal, a ponte remodelada, uma das principais passagens rodoviárias entre Portugal e Espanha, vai ter uma cor laranja, quando estiverem concluídas as intervenções de remodelação.
De acordo com um documento a que o Jornal Económico teve acesso, vai proceder-se ao retensionamento dos tirantes da ponte entre os concelhos de Castro Marim e de Ayamonte (embora esta ponte seja mais conhecida como ponte de Vila Real de Santo António).
Essa intervenção prevê a pintura dos referidos tirantes (68 unidades) em cor laranja, a fim de ajustar o tabuleiro da ponte para a posição inicial onde ela foi construída, incluindo a colocação de 40 amortecedores hidráulicos nos tirantes mais compridos, ou seja, junto das ancoragens do tabuleiro.
A empreitada em curso inclui também a iluminação decorativa das duas torres e dos citados tirantes da ponte.
No entender da IP, estas intervenções pretendem melhorar o dinamismo global da ponte.
Problemas de circulação
“Não será permitida a interrupção total do tráfego no IP1, sendo apenas permitida a suspensão alternadamente de uma via em cada um dos sentidos, pelo que estará sempre livre uma via de circulação em cada sentido, sendo que todas as vias estarão, sempre que possível, livres para a circulação do tráfego (condicionalismos pontuais)”, assegura o documento da IP, a que o Jornal Económico teve acesso.
As obras em curso na ponte internacional sobre o Guadiana, desde, pelo menos, há mais de dois meses, e o Jornal Económico assegura que têm provocado vários congestionamentos de trânsito entre os dois lados, em particular quando se aproxima o fim de semana, quando o tráfego aumenta, como é habitual nesta infraestruturas quando nos encontramos em época estival, mesmo que o verão este ano esteja um pouco tímido, mesmo no sul da Península Ibérica.
“Estará sempre implementada sinalização provisória da obra com permanente redução de velocidade, garantindo as condições de segurança aos utentes da estrada e trabalhadores”, garante o mesmo documento da IP.
O comunicado da IP adianta que “o tabuleiro da ponte está suspenso na sua zona central por 128 tirantes, cada um constituído por feixes de vários cordões”.
“Nas extremidades de cada tirante existem dispositivos que fazem a ligação com a estrutura de betão armado no tabuleiro e nos pilares”, acrescenta a IP.
Segundo a empresa liderada por António Laranjo, “nos feixes de cordões, será efetuada uma limpeza geral, renovação da cera; verificado o estado das cunhas de fixação dos cordões, podendo ainda proceder-se a uma eventual substituição, além de irem ser tratadas as superfícies metálicas e de se proceder à injeção de cera”.
Prevê-se ainda a substituição de 150 cordões, após verificação do respetivo estado de conservação.
Obra vai custar 10,8 milhões de euros
A empreitada foi consignada a 4 de abril passado, pela IP- Infraestruturas de Portugal, por um montante de 9,3 milhões de euros, à construtora Conduril.
Mas o custo total desta obra vai ascender a cerca de 10,8 milhões de euros.
Vamos por partes: nos trabalhos de reabilitação da ponte, está previsto um investimento de cerca de oito milhões de euros, pagos em peso igual (cerca de quatro milhões de euros) por Portugal e Espanha.
Além disso, Portugal responsabilizou-se pelo custo de cerca de 1,3 milhões de euros na reabilitação do viaduto de acesso do lado português.
Por fim, existem outros custos, no valor total de cerca de 1,5 milhões de euros, associados a este processo, que serão comparticipados em partes iguais por Portugal e Espanha, relacionados, essencialmente, com a fase de projeto, incluindo inspeções.
Esta divisão de custos entre os dois países ibéricos foi acordada num convénio assinado em 2015 pelos governos da República Portuguesa e do Reino de Espanha, que definiu os princípios e as condições de financiamento, contratação, conservação e acompanhamento da reabilitação desta ponte.
Quase 30 anos depois, a reabilitação
Mas o processo começou muito antes. Depois de a ponte ter sido construída, em 1991, passaram quase três décadas sem qualquer intervenção de relevo, o que deixou esta travessia rodoviária transfronteiriça em muito mau estado de conservação.
A missão para essa reabilitação foi atribuída a 3 de julho de 2002, pela Comissão Técnica Mista Luso-Espanhola.
No entanto, o contrato de empreitada para reabilitação desta travessia entre o Algarve e a Andaluzia só foi visado pelo Tribunal de Contas em 2018.
A conclusão desta empreitada está prevista para o próximo ano, embora a IP não avance uma data concreta para essa concretização.
O projeto desta empreitada ficou a cargo do engenheiro Câncio Martins, enquanto a IP será dona de obra e responsável pela fiscalização e coordenação do referido projeto.
As intervenções a decorrer na ponte internacional sobre o Guadiana abrangem uma extensão de 666 metros, com uma largura de 18 metros, incluindo duas torres, cinco vãos e um viaduto de acesso com 358 metros de extensão, idêntica largura de 18 metros, 11 pilares e 12 vãos com cerca de 30 metros.
Está prevista a reabilitação do sistema de atirantamento, dos elementos estruturais de betão armado e pré-esforçado, dos equipamentos, da iluminação viária e da sinalização aérea e fluvial, assim como a pavimentação betuminosa, a remodelação da sinalização vertical e horizontal, a reabilitação de passeios, guarda-corpos e guardas de segurança e a instalação da referida iluminação decorativa da ponte.
Esta obra na ponte internacional sobre o Guadiana prevê ainda a reparação dos tubos antivandalismo existentes na base dos tirantes e a colocação de tubagens complementares protetoras em toda a sua extensão, confinando os seus cordões, de forma a melhorar o efeito aerodinâmico do conjunto desta infraestrutura.
Prevê-se igualmente a reabilitação das superfícies de betão desta ponte, num total aproximado de 62 mil metros quadrados de superfície a intervencionar, não só na ponte mas também no viaduto de acesso, sendo posteriormente aplicada a proteção das mesmas.
Serão ainda instalados equipamentos de monitorização de 95 dos aparelhos de apoio da ponte e do viaduto, além de se estar a proceder à substituição de 68 metros de juntas de dilatação.
Serão também reabilitados dois dispositivos oleodinâmicos que actuam como amortecedores, em caso de ocorrência de sismo, localizados entre o encontro e o tabuleiro da ponte, do lado de Portugal.
Os trabalhos complementares compreendem a pavimentação dos tabuleiros, incluindo a fresagem do piso, impermeabilização e colocação dos betuminosos num espaço de cerca de 18 mil metros quadrados.
Por fim, serão instalados painéis de orientação e um sistema de telemática, com dois ‘placards’ eletrónicos, para informação e controlo da circulação.
Pedro Marques vai também hoje visitar as obras já realizadas na EN125, junto a Olhão, outra obra problemática no setor rodoviário em Portugal.
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