Esta é a triste realidade de um país, que à semelhança dos seus congéneres europeus, sofre fortemente da falta de oferta de habitação e ainda é assolado pela inflação.
Ironicamente, a conjuntura internacional e nacional combinada formam uma receita para a desgraça no sector imobiliário e da construção, mas também, como não poderia deixar de ser, afecta o Zé povinho.
Antes de fazermos o que os meninos do Largo do Rato fazem, culpar o alojamento local e o imobiliário de luxo, olhemos antes para os dados do Pordata, referentes ao período de 2000-2022, quanto aos “Fogos concluídos em construções novas para habitação familiar”, aqui vemos que passamos de um pico de 125 mil habitações construídas em 2002 para umas míseras 19 mil em 2021. Além disto, sabemos ainda, que de acordo com o estudo da Housing Europe, Portugal é dos países da União Europeia (UE) com menor percentagem de habitação social, tendo apenas 2% do seu parque habitacional pertencendo ao sector social.
Estando ainda cientes da aceleração do consumo no pós-pandemia, os preços das casas que já eram incomportáveis, serão agora uma utopia, dado os aumentos das taxas de juro por parte do Banco Central Europeu (BCE). E assim, se comprar casa já era difícil, emprestar será agora impossível.
A luz ao fundo do túnel, está mesmo ao virar da esquina, num cenário onde comprar será um sonho, a procura inevitavelmente há de baixar, levando a um ressurgimento da oferta, e assim uma baixa de preço para encontrar/incentivar novos compradores.
Até lá um slowdown é inevitável, um mercado com uma oferta fraca desde 2008, viu a sua procura aumentar exponencialmente após a pandemia, graças a poupanças e aos apoios governamentais, assolada ainda pela inflação, resta apenas aguardar por um novo equilíbrio.
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