[weglot_switcher]

Facebook já perdeu em bolsa quase metade do PIB português

Lucros da empresa subiram mas as receitas e o número de utilizadores abaixo do esperado, bem como a pressão dos custos operacionais estão a penalizar o título, em Wall Street.
26 Julho 2018, 19h16

O tombo de 20% das ações do Facebook em bolsa, esta quinta-feira, já se tornou a maior queda de sempre na história da tecnológica. Os lucros da empresa subiram, mas as receitas e o número de utilizadores abaixo do esperado, bem como a pressão dos custos operacionais está a penalizar o título, em Wall Street.

A capitalização bolsista foi, assim, reduzida em 120 mil milhões de dólares, para 502,90 mil milhões. O valor da perda equivale a 103 mil milhões de euros, o que é quatro vezes superior ao total da capitalização do Twitter (30,6 mil milhões de dólares), por exemplo, ou quase metade do produto interno bruto (PIB) de Portugal em 2017 (193 mil milhões de euros).

As ações continuam a cair e, a meio da sessão em Wall Street, desvalorizam 19% para 175,92 dólares. “O tombo nunca antes visto das ações do Facebook é um dos destaques em Wall Street, condicionando o setor tecnológico para perdas”, explicou Ramiro Loureiro, analista de mercados do MTrader, Millennium BCP.

Os lucros do subiram 31% para 5,1 mil milhões de dólares, no segundo trimestre de 2018, face ao mesmo período do ano anterior. O resultado operacional também aumentou, 33%, para 5,9 mil milhões de dólares enquanto as receitas cresceram 42% para 13,2 mil milhões de dólares (enquanto no trimestre anterior tinham subido 49%).

“O abrandamento do crescimento do número de utilizadores (+11% vs. +14% no 1º trimestre) acontece no mesmo trimestre em que Zuckerberg testemunhou no Congresso norte-americano. O escândalo com a Cambridge Analytica parece ter impacto neste trimestre”, referiu Loureiro.

O analista de mercados da plataforma Mtrader acrescentou que outro ponto negativo prende-se com a queda da margem operacional em 3 pontos percentuais para 44% à medida que o Facebook vai acelerando os investimentos. “Na conference call, os responsáveis da empresa voltaram a insistir na questão do abrandamento do crescimento no top line. Os custos operacionais vão expandir-se a um ritmo superior às receitas em 2019″, acrescentou.

Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.