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“Temos de ser mais inovadores na estimulação do cérebro”, diz investigador da Fundação Champalimaud

John Krakauer defende que a neurociência mudou a forma de como se olha para o cérebro nos últimos 10 anos e que tudo resulta de uma combinação da prática com a aprendizagem da linguagem corporal.
9 Maio 2023, 10h39

Os mistérios do cérebro humano e de como o podemos treinar afastando-o dos fármacos foi um dos temas analisado por John Krakauer, investigador na Fundação Champalimaud, durante a conferência “O Futuro das Neurociências”, uma iniciativa que decorre no Centro Cultural de Belém esta terça-feira, 9 de maio, promovida pelo Jornal Económico e a Biogen Portugal, que visa debater os desafios e oportunidades associados à saúde do cérebro em Portugal.

Sob o tema ‘o que falta saber sobre o nosso cérebro’, o investigador começou por destacar que existem centenas de coisas para saber sobre o nosso cérebro, mas que é “preciso ir mais além dos tratamentos com fármacos. Se vos disser que tomando um comprimido podem estar no dia seguinte no torneio de ténis em Wimbledon ou Roma, todos vão dizer que isso é ridículo”.

John Krakauer destacou ainda que houve uma grande mudança na forma como olhamos para o nosso cérebro nos últimos 10 anos, a partir da neurociência. “Temos de ser cada vez mais inovadores na forma como estimulamos o nosso cérebro para não o condenarmos aos medicamentos”, sublinhou.

Para o investigador uma das coisas que não o cérebro humano ainda não consegue perceber, é porque vai ficando melhor com a prática e com o passar do tempo. “Porque é que precisamos de anos para sermos bons em alguma coisa?”, questionou, dando o exemplo do desporto.

“O Lebron James pode ser considerado um génio do basquetebol, por causa dos seus músculos em comparação com Mozart ou Einstein. A resposta é sim, porque tudo aquilo que fazemos é uma combinação da prática com a aprendizagem”, afirmou.

O investigador considera que uma das coisas mais fascinantes sobre os seres humanos é que podem aprender muito sobre a sua linguagem através da prática. “O grande mistério da neurociência é fazer com que tudo isto combine”, realçou.

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