A instabilidade da pandemia, social e económica, levou a que muitos casais da União Europeia adiassem a vontade de ter filhos, levando a uma diminuição da taxa de natalidade nos estados-membros, indicam novos dados do Eurostat.
No início do século, a taxa de natalidade na União Europeia por mil pessoas era de 10,2, tendo subido até aos 10,6 em 2008 e posteriormente diminuído para 9,1 em 2021. A natalidade decresceu em 16 Estados-membros e aumentou em dez durante o período em análise, enquanto se manteve inalterada na Bulgária.
Em 2021, as taxas mais elevadas foram observadas na Irlanda (12,0), Chipre (11,4), França e Suécia (11,0), enquanto as mais baixas registaram-se em Itália (6,8), Espanha (7,1) e em Portugal (7,7).
No entanto, a taxa de mortalidade manteve uma trajetória ascendente. Enquanto em 2001, a mortalidade era de 9,9 na UE, 20 anos depois fixou-se em 11,9 por mil pessoas. Entre 2001 e 2006, a mortalidade diminuiu para 9,7, mas desde então que tem aumentado.
Em 2021, as taxas de mortalidade mais altas foram observadas na Bulgária (21,7), Letónia (18,4), Roménia (17,5) e Lituânia (17,0), enquanto as mais baixas foram registadas na Irlanda (6,8), Luxemburgo (7,0), Chipre e Malta (8,0).
Mulheres adiam maternidade
O foco na carreira (para tentarem chegar a valores ganhos por homens) e a precariedade levam a que as mulheres adiem o sonho de se tornarem mães. A idade média das mães “de primeira viagem” aumentou entre 2001 e 2021.
Por exemplo, em 2013, a idade média das mulheres quando nascia o primeiro filho era de 28,8 anos, enquanto em 2021 já atingia os 29,7 anos.
“Houve um aumento na idade média em todos os estados-membros durante o período 2001-2021”, destaca o Eurostat, revelando que a Estónia e a Lituânia verificaram um aumento superior a quatro anos, enquanto o menor aumento (de um ano) foi sentido em França.
“Apesar do número absoluto de nados-vivos ter diminuído continuamente na UE, o número de nados-vivos por mulher apresentou um padrão mais irregular durante o período de 20 anos, entre 2001 a 2021”, destaca o órgão estatístico, significando que, além de mais velhas, as mulheres escolhem ter apenas um filho.
É que este passou de 1,43 nados-vivos por mulher em 2001 para 1,57 em 2008-2010. Três anos depois, diminuiu ligeiramente para 1,51 e voltou a recuperar para 1,57 em 2016. Em 2020 caiu novamente para 1,50, tendo aumentado modestamente para 1,53 nados-vivos no ano seguinte.
França foi o país que apresentou a taxa de fecundidade mais elevada em todos os estados-membros em 2021, alcançando os 1,84 nados-vivos por mulher. Seguiu-se a República Checa (1,83) e a Roménia (1,81), enquanto Malta (1,13), Espanha (1,19) e Itália (1,25) verificaram mais taxas mais baixas.
Em 2021, entre os Estados-Membros, a França (1,84 nados-vivos por mulher) apresentava a taxa de fecundidade total mais elevada, seguida da República Checa (1,83) e da Roménia (1,81). As taxas mais baixas foram encontradas em Malta (1,13), Espanha (1,19) e Itália (1,25).
Outro facto interessante nos dados do órgão estatístico europeu é a percentagem de mulheres que se tornam mães já depois dos 40 anos de idade, naquela que é considerada como gravidez geriátrica (acima dos 35 anos).
Na UE, a percentagem mais do que duplicou entre 2001 e 2021, passando de 2,4% no início do século para 5,7%. “A proporção de nados-vivos de mães com, pelo menos, 40 anos aumentou em todos os estados-membros durante este período”.
Em 2021, a tendência prevaleceu em Espanha (10,7% de todos os nascidos vivos), seguida da Grécia (9,7%), Itália (8,7%), Portugal (8,5%) e Irlanda (8,4%), enquanto foi menor na Roménia e Lituânia (3,3%).
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