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Estudantes querem reformar financiamento do ensino superior (com áudio)

Os estudantes descrevem o estado crítico que se vive no ensino superior em Portugal e exigem mudanças a bem, nomeadamente, do potencial de crescimento do país.
29 Maio 2023, 08h39

“O sistema educativo não pode continuar a ser o parente pobre da nossa sociedade, porque é através deste sistema que o país cresce e se desenvolve”, sublinha Diogo Martinho Henriques, presidente da Associação Académica de Lisboa, que representa diretamente 28 associações de estudantes do ensino superior da Área Metropolitana de Lisboa.

A Associação Académica de Lisboa, que representa cerca de 100 mil estudantes, queixa-se do desinvestimento sistemático sentido no ensino superior, defendendo, por isso, uma reforma do seu financiamento. Quer também que sejam feitas mudanças no apoio social, tanto na atribuição de bolsas, como nas cantinas, uma vez que os níveis históricos da inflação têm pressionado as famílias portuguesas.

“O sistema educativo não pode continuar a ser o parente pobre da nossa sociedade, porque é através deste sistema que o país cresce e se desenvolve”, sublinha Diogo Martinho Henriques, presidente da Associação Académica de Lisboa, que representa diretamente 28 associações de estudantes do ensino superior da Área Metropolitana de Lisboa.

De acordo com essa estrutura federativa, registam-se “casos críticos” no ensino superior português, desde a falta de materiais de apoio ao ensino a problemas nas infraestruturas, passando pela falta de investimento na investigação. “Acresce a falta de respostas quanto aos problemas de saúde mental, que crescem dia após dia”, destacam os estudantes.

Perante este cenário, a Associação Académica de Lisboa avança com cinco propostas. Primeiro, defende, é preciso alterar de forma profunda a Lei de Bases do Ensino Superior à luz das “especificidades e exigências que se colocam às diferentes
instituições de ensino”.

Por outro lado, é necessário mudar o limiar da elegibilidade na atribuição de bolsas de estudo no ensino superior, “definindo-se critérios que tenham em conta a realidade dos estudantes, de forma a aumentar o número de estudantes elegíveis e assim diminuir as desigualdades existentes”.

Ainda no que diz respeito ao apoio social, os estudantes querem aumentá-los nas cantinas universitárias, já que o aumento do custo de vida tem levado muitos estudantes, descrevem, a recorrer a elas para fazerem as suas refeições.

A estas propostas, a Associação Académica de Lisboa soma mais duas: reforçar o financiamento das instituições de ensino superior com “o valor determinado, que conjuntamente com o PNAES [Plano Nacional para o Alojamento no Ensino Superior] permitam o acesso igualitário ao ensino superior”, e promover o financiamento de programas de inovação pedagógica e desenvolvimento para que, em paralelo, permitam investir na renovação das infraestruturas e aquisição de materiais escolares.

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