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Galamba: TAP vai tirar “toda a vantagem” dos combustíveis sustentáveis (com áudio)

Ministro das Infraestruturas considera que combustíveis sustentáveis são uma forma de a companhia aérea não viver na “ansiedade” dos preços do petróleo nos mercados internacionais.
Cristina Bernardo
30 Maio 2023, 10h48

Os combustíveis sustentáveis para a aviação (SAF, em inglês) deverão tornar-se numa realidade nesta indústria nos próximos anos e na maior companhia aérea nacional, disse hoje o ministro das Infraestruturas.

“Queremos colocar o nosso país na pole position dos combustíveis sustentáveis para a aviação. Existem projetos interessantes para produzir SAF no nosso território”, começou por dizer hoje João Galamba na Lisbon Energy Summit que decorre esta semana na capital.

“Na TAP, queremos tirar todas as vantagens dos SAF para que não viva na ansiedade de fazer hedging do combustível”, acrescentou, referindo-se à prática de aviação de comprar combustível para um alargado período de tempo para as empresas protegerem-se dos aumentos dos custos, mas, se os preços descerem entretanto, acabam por pagar mais pelo jet fuel.

Recorde-se que os custos com combustível são uma componente de custos muito importante na indústria da aviação.

“Os SAF não são um novo risco, as companhias vão ter de lidar e gerir os SAF”, acrescentou.

Um dos projetos que estão ser preparados em Portugal neste momento, é o da Galp. Tal como o Jornal Económico revelou em primeira mão a 21 de abril, a Galp prepara-se para investir 486 milhões de euros até ao final de 2025 na refinaria de Sines. A energética portuguesa tem duas frentes: o hidrogénio verde e os biocombustíveis rodoviários e de aviação. Serão criados 128 postos de trabalho diretos para operar estas unidades, com mais de mil trabalhadores para a fase de construção. Este investimento marca a nova trajetória da petrolífera rumo à descarbonização.

A maior fatia do investimento (269 milhões de euros) destina-se ao projeto HVO@Galp que prevê a construção de uma “unidade de produção de biocombustíveis (biojet e biogasóleo, fundamentalmente), para utilização no transporte rodoviário e aviação”.

Este projeto vai permitir à Galp a “substituição gradual dos tradicionais gasóleo e querosene de aviação (jet) de origem fóssil por combustíveis de origem sustentável com base em óleos alimentares usados e resíduos oleosos de animais e plantas”.

A companhia espera que o projeto gere receitas anuais no valor de 432 milhões de euros quando estiver em operação.

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