O grupo Ricoh, do sector das Tecnologias da Informação (TI), teve um volume de negócios de aproximadamente 50 milhões de euros em Portugal no ano passado, o que representa uma subida de mais de 60% – ou 20 milhões de euros – em relação à faturação registada em 2021.
Só a filial da Ricoh na Península Ibérica contribuiu com receitas de 340 milhões de euros para os 14,2 mil milhões de euros contabilizados a nível global, revelou esta terça-feira a tecnológica japonesa, na sessão de apresentação dos resultados anuais, que se realizou em Monsaraz, no distrito de Évora.
Das vendas de 50 milhões de euros em Portugal, quase 40 milhões de euros pertenceram ao segmento de serviços digitais (cloud, cibersegurança…), sendo que os serviços de local de trabalho híbrido (impressão, tecnologias de comunicação e colaboração…) tiveram um volume de negócios de cerca de 14 milhões de euros.
A motivar a subida nas vendas esteve também o efeito das subsidiárias nacionais Totalstor, liderada por Nuno Marques e pertencente ao grupo desde 2019, e da Pamafe IT, adquirida em 2022 e encabeçada por Paulo Morais (ambos na fotografia). A garantia foi dada por Miquel Soler, diretor geral e responsável de TI da Ricoh em Portugal e Espanha, no encontro com jornalistas, na Horta da Coutada.
“Na Europa, faturámos 1.500 milhões de euros e 1.400 milhões de euros foram de serviços digitais, por isso a nossa pegada nesta área já é significativa. Temos um plano estratégico a três anos, queremos chegar aos 100 milhões de euros e Portugal vai ajudar nesse processo. Como? Combinando bem as três empresas que temos cá, o talento, os ativos e a base de clientes vasta que possuímos, quer em comercial, enterprise [empresas com mais de mil trabalhadores] ou mid-market”, defendeu Miquel Soler, que também se fez acompanhar por Luís Lemos, um dos diretores da Ricoh em Portugal.
Para o country manager da Ricoh na Península Ibérica, Portugal continua a ser um “território muito interessante”, porque há talento com boas capacidades de idiomas, o que permite exportar conhecimento em nearshoring. Aliás, as vendas nacionais quase quadruplicaram em quatro anos, quando a Ricoh faturava na ordem dos doze ou 13 milhões de euros.
“Estamos a apostar na modernização do data center até à cloud [armazenamento na nuvem], na cibersegurança, que está a ter muita procura por parte dos clientes, e projetos de desenvolvimento relacionados com o trabalho. Temos alguns projetos bem grandes que estão por fechar. Pensamos que com este conjunto de ofertas estamos a ajudar as empresas portuguesas a serem mais competitivas – não só em Portugal, mas também além-fronteiras”, afirmou ainda o também CEO da empresa espanhola IPM, uma das aquisições da Ricoh ainda antes da pandemia.
“Os valores de 2022 devem-se, não só ao nosso trabalho, mas também à nossa mais recente aquisição, a Pamafe, que conseguiu atingir um volume de negócios superior a 25 milhões de euros. Juntamente com a Totalstor, estas duas empresas Ricoh encaixam-se perfeitamente na estratégia, para reafirmar a nossa posição como empresa de serviços digitais”, acrescentou o CEO da Ricoh Portugal e Espanha, numa mensagem publicada com o relatório financeiro.
Segundo Ramón Martín, estes negócios permitiram-lhes também “estabelecer um hub europeu de transição para a cloud e serviços de cibersegurança, um modelo que, dependendo do seu sucesso, será replicado para os restantes países da Europa”. Inicialmente, estava prevista a presença do CEO da Ricoh em Portugal e Espanha na conferência de imprensa desta manhã, mas o gestor espanhol não conseguiu fazer a viagem e fez-se representar pelo country manager.
A Ricoh Portugal e Espanha tem atividade aberta há mais de três décadas e sedes centrais nas cidades do Porto, Madrid e Barcelona, contando com 17 delegações, dois mil funcionários, 50 mil clientes e mais de uma centena de distribuidores da sua tecnologia. A mais recente aquisição do grupo com sede em Tóquio foi a empresa irlandesa PFH Technology, fornecedora de infraestruturas de TI, cloud e serviços de gestão do local de trabalho. De acordo com Miquel Soler, a dupla de empresas portuguesas adquiridas pela Ricoh também beneficiará deste negócio em Cork, anunciado no passado mês de abril.
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