21h13 Terminou audição a Hugo Santos Mendes
Terminou há minutos a audição ao ex-secretário de Estado das Infraestruturas. O ex-governante foi ouvido ao longo de sete horas. Recorde neste liveblog os pontos principais.
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Um boa noite.
20h36 Sem Covid, TAP teria lucro "100 ou 200 milhões"
Em resposta ao PSD, sobre os lucros da TAP, Hugo Santos Mendes recorda os cenários complicados nos aeroportos mundiais e a vaga Ómicron, na pandemia de Covid-19. “Se calhar, a TAP teria 100 ou 200 milhões de lucro”, se esses contextos não tivessem acontecido.
Já sobre os juros do auxílio estatal, pelos quais os contribuintes estarão a pagar até 200 mil euros por dia, diz não ter competências para comentar.
20h15 Hugo Santos Mendes reage a comentários de Manuel Beja
O ex-presidente do Conselho de Administração da TAP foi já ouvido no início desta comissão de inquérito, mas o ex-secretário de Estado só agora tem oportunidade de reagir às acusações de que foi alvo. Manuel Beja disse que Hugo Santos Mendes era “uma força de bloqueio” na relação da TAP com a tutela.
O ex-governante vem dizer que afinal não foi bem assim.
“O Dr. Manuel Beja legitimamente, depois da saída da administradora Alexandra Reis, procurou recrutar dois administradores não-executivos. Excelente!”, recorda. “Quis inicar o processo de recrutamento logo após a saída de Alexandra Reis da empresa… Eu já não me recordo exatamente. Informalismo por informalismo, todas as nossas conversas eram por telefone”, admite.
“Não sou eu que decido administradores, disse-lhe”, reconta. “É com o ministro [Pedro Nuno Santos]”.
“Porque é que vai iniciar um processo de recrutamento que vai custar dinheiro à TAP se o ministro pode já ter dois nomes? Imagine que o ministro já tem dois nomes”, lembra-se ainda de dizer a Beja, sublinhando que o objetivo passava por atrasar esse processo uma semana até ter ‘luz verde’ do ministro.
“A ideia era esperar uma semana. Se isso é uma força de bloqueio, então… Eu acho que é legitimidade democrática. Eu achava que aquilo devia esperar”, destaca.
Seis meses depois, mais concretamente a 19 de agosto de 2022, diz ter enviado uma mensagem a Manuel Beja: “Boa tarde, caro Manuel. Espero encontrá-lo bem. Não sei se está de férias. Quando é que o acionista pode ter acesso a uma shortlist para fazer a seleção?”
Essa lista só chegou um mês e meio depois, diz Hugo Santos Mendes. “Eu fiz uma shortlist para contratar a CEO em mês e meio. Com quatro pessoas”.
“Sobre os não-executivos, eu não fui força de bloqueio. Achei que a legitimidade democrática era mais importante que a pressa do Dr. Manuel Beja”, termina.
19h52 Top Atlântico alinhada com Belém: "O Presidente não está acima do escrutínio"
O Presidente da República já reagiu esta quarta-feira à confirmação dada pela agência de viagens Top Atlântico à comissão de inquérito. A agência assumiu que foi a própria quem pediu à TAP para adiar um voo para se ajustar ao calendário de Marcelo Rebelo de Sousa.
“Quando o assunto foi levantado, eu disse duas coisas: primeira, é que não tínhamos pedido nenhuma alteração, nem eu nem ninguém da Presidência; a segunda é que também não houve instruções oficiais do Estado e do Governo nesse domínio e havia, de facto, uma comunicação da agência de viagens que dizia que tomava a iniciativa de acordo com práticas anteriores”, disse o Presidente da República.
“Entendia que era adequado e aparentemente é isso que foi confirmado hoje”, acrescenta.
Sobre o caso, salientou Marcelo, serviu para evidenciar que “o escrutínio é muito importante na política” ao qual o Presidente da República não está imune: “O Presidente responde apenas perante o povo”, que se quiser, “tem direito a saber”.
19h21 "Não conheço o relatório da EY", admite
Em resposta a Bernardo Blanco, da Iniciativa Liberal, Hugo Santos Mendes diz desconhecer o relatório de auditoria da EY às indemnizações pagas na TAP. “Vamos separar os administradores dos trabalhadores”, começa por dizer.
Dos trabalhadores, diz ainda, muitas pessoas saíram com direito a indemnização. “Havia um tecto de 250 mil euros [por pessoa]. De administradores eu não conheço nada. Acharia muito estranho que alguma dessas indemnizações tenha sido paga quando o Estado recupera o controlo da empresa”, acrescenta o ex-secretário de Estado.
Ao todo, estavam previstos 83 milhões de euros para as indemnizações a pagar na TAP.
Já sobre a indemnização a Christine Ourmières-Widener pela cláusula de não concorrência, explica que a ex-CEO “ia pedir dinheiro a partir dos quatro meses”. Isto é, se ficasse impedida de trabalhar após quatro meses de período de nojo, teria direito a ser compensada. “Isso vale dinheiro”, conclui o ex-governante.
Já sobre a dívida da TAP, até 2019, o problema foi a Manutenção & Engenharia Brasil (ME BRASIL), que diz ser responsável pelos mais de 480 milhões de euros de capitais próprios negativos. “Não há mais trabalho de detetive a fazer aqui”, atira.
18h45 Arranca segunda ronda de inquérito
Depois de uma pausa após a primeira ronda, tem de novo a palavra o deputado André Ventura, do Chega. Hugo Santos Mendes é ouvido desde as 14h30.
18h25 Novamente, os telemóveis...
Não é a primeira vez e até ao final da semana não será a última. Depois de Frederico Pinheiro ter entregado o telemóvel à CPI, e depois de o Chega ter pedido o mesmo ao ministro João Galamba, desta vez é o PSD que pede o telemóvel ao ex-secretário de Estado,
Há minutos, Hugo Santos Mendes explicava como um pequeno incidente no porto de Roterdão lhe danificou o telemóvel. Terá ficado preso numa cadeira, diz.
Enquanto responde a Paulo Moniz, o ex-secretário de Estado olha para o ecrã do telemóvel. O deputado do PSD pergunta-lhe se está a comunicar com Pedro Nuno Santos desde o início da audição. Perante a negação, o deputado Hugo Carneiro responde, mas sem ligar o microfone. É percetível um “sim, está, está”.
Lacerda Sales interrompeu a interação, mas o grupo parlamentar do PSD deverá pedir o equipamento danificado de Hugo Santos Mendes, tal como o próprio sugeriu.
18h16 Hugo Santos Mendes só conhecia "anexo" do acordo de Alexandra Reis
Paulo Moniz recorda que o ex-secretário de Estado disse à IGF que “não tinha conhecimento do teor do acordo” celebrado entre a TAP e a engenheira Alexandra Reis e questiona Hugo Santos Mendes se esse facto se mantém.
O ex-governante diz apenas que só conhecia o valor global de 500 mil euros.
O deputado social-democrata procede então a enumerar várias condições acordadas com a antiga administradora, nomeadamente a manutenção de um seguro de saúde por dois anos, um seguro de vida válido até 2024, a manutenção do apoio judicial a litigâncias futuras, o carro e o telemóvel. A cada uma, mas após alguma resistência, Hugo Santos Mendes diz apenas “sim”, que conhecia.
“Não lhe parece então que conhece os detalhes do acordo?”, questiona Paulo Moniz.
Em defesa, o ex-secretário de Estado diz que essas condições são apenas um anexo do acordo e não o acordo em si. “Não fui eu que coloquei isto como anexo. Foi quem redigiu o acordo”, termina.
18h03 Ex-secretário de Estado falou com Pedro Nuno Santos ontem
Em resposta à primeira pergunta de Paulo Moniz, do PSD, Hugo Santos Mendes admite que conversou com o ex-ministro ontem.
Paulo Moniz critica a intervenção de abertura do ex-governante e diz que Pedro Nuno Santos ficará conhecido, depois da CPI, como “o maior ilusionista da política portuguesa”. Acusa o ministro de “ligeireza” na forma de gerir dinheiros públicos.
A opinião que partilhou sobre o Presidente da República, diz Hugo Mendes em resposta, é só sua “pessoal”, e não do Ministério.
17h32 Hugo Santos Mendes não comenta declarações de Costa
O ex-secretário de Estado recusa-se a comentar as declarações do primeiro-ministro, em que este diz que o teria demitido na hora se soubesse do e-mail em que o Hugo Santos Mendes mencionava a relação do Presidente da República com o Governo. Fala do código de conduta do Governo, que ainda segue, diz. Esse código defende valor de urbanidade, probidade e respeito institucional.
“Se eu fui membro do Governo, é porque o primeiro-ministro me aceitou e, por arrasto, o Presidente da República”, diz Santos Mendes, que acrescenta que os critérios de recondução no Governo são os resultados: “Os da TAP foram bons”.
17h22 "Não faço a mais pequena ideia de onde vem o pedido" para mudar o voo de Marcelo
O deputado Pedro Filipe Soares (BE) pergunta novamente sobre a tentativa de alteração do voo do Presidente da República.
Hugo Santos Mendes diz que “não houve jeitinho, não houve nenhuma pressão”. “Eu fiz um comentário político, se fosse feito ao telefone ninguém teria sabido!”, exclama, provocando uma reação vinda da bancada social-democrata.
“Disse-lhe que o Presidente da República é uma pessoa muito importante para o Governo. Porque teve a coragem de defender a decisão do Governo, uma decisão popular”, diz, sobre a nacionalização da TAP. “E ela não aprovou [o pedido]. E não houve pressões de ninguém”, garante.
Pedro Filipe Soares diz que o pedido de mudança de voo é como “uma criança sem registo de parentalidade”.
“Eu não sei”, responde rapidamente Hugo Santos Menfes. “Não tenho nenhuma informação a apontar”, salienta. “Não faço a mais pequena ideia de onde vem o pedido para mudar o voo”, diz, apesar de ter sido um e-mail assinado por si a comunicar esse pedido à CEO da TAP.
17h08 “A Barbosa du Bocage não é no campus da TAP”, diz ex-secretário de Estado
Respondendo agora ao deputado Pedro Filipe Soares (BE), Hugo Santos Mendes recupera o acordo de saída de Alexandra Reis.
“É a coisa mais simples, mais honesta e mais transparente… Confiarmos a gestão deste processo a quem sabia de lei”, refere. “A decisão de aceder ao pedido de substituição [de Alexandra Reis] é dada pelo ministro. Eu nem estava sequer nessa reunião, porque não participo dessa decisão”.
A instrução para substituir a administradora vem “do ministro, que está a cima de mim e eu, por acaso, concordo com ele”, sublinha o ex-secretário de Estado das Infraestruturas.
“Nós não estamos dentro da empres… A Barbosa du Bocago não é no campus da TAP”, atira, mencionando a avenida onde está instalado o Ministério das Infraestruturas.
O que está por detrás da decisão, conclui, é aquilo a que o novo CEO, Luís Rodrigues, teve direito. “Ele pode escolher a equipa nova. É normal um líder de uma equipa querer escolher toda a sua equipa. Widener não pôde fazê-lo. Não é porque nós não deixámos, mas a situação” não o permitia, diz, por causa da aprovação do plano de reestruturação.
Depois de um forte e audível suspiro, Hugo Santos Mendes refere-se sobre as “questões de incompatibilidade” entre Widener e Alexandra Reis e atira de novo: “CEO só escolheu Silvia Mosquera”.
16h55 PCP dá entrada novo requerimento
A terminar a sua intervenção na primeira ronda, o deputado Bruno Dias avança que o grupo parlamentar do PCP “dá neste momento entrada de um pedido de documentação”.
O pedido em causa, dirigido à TAP e ao Ministério das Finanças, exige “documentação, faturação e correspondência, remetidas sobre David Neeleman, sobre as assessorias prestadas ao próprio David Neeleman” pela Seabury.
16h37 Os ‘fundos Airbus’ vieram por “ouvi dizeres” na TAP
Há muitos “ouvi dizeres” na TAP, por ser uma empresa muito grande, concretiza. “Correm, são transmitidos. A informação que tinha era desse nível”, acrescenta o ex-secretário de Estado, que diz que o seu foco estava completamente focado na execução do plano de reestruturação. “Olhos no futuro”, diz Hugo Santos Mendes, que há minutos se autoentitulou como “secretário de Estado da TAP”.
O mesmo diz que não dispunha de conhecimento “rigoroso” que “pudesse levantar bandeiras”, mas o facto de dizer que só tomou conhecimento pela comunicação social levanta dúvidas do deputado, que recorda a versão apresentada pelo ministro antecessor de Pedro Nuno Santos, Pedro Marques, que disse na CPI ter tido conhecimento dos fundos logo em 2017.
Segundo Hugo Santos Mendes, essa informação só chegou ao Ministério cinco anos depois. Mas remete para Pedro Nuno Santos explicações mais densas.
16h21 13 administradores receberam 8,5 milhões em indemnizações
A TAP terá pagado indemnizações que ascendem a um total de 8,5 milhões de euros a pelo menos 13 administradores, entre 2019 e 2022. A somar-se Alexandra Reis a esse rol, a despesa com compensações cessatórias passa para 9 milhões.
Significa que em média cada administrador saiu da companhia aérea com uma indemnização de cerca de 650 mil euros.
As conclusões são de uma auditoria pedida pela TAP, e é novamente mencionada na CPI pelo deputado liberal Bernardo Blanco.
Hugo Mendes diz desconhecer esses números e diz que nunca deu autorização a mais pagamentos. Quase todos os casos deram-se na gestão privada, garante.
Fora da administração, mas no mesmo período, saíram da TAP quase 300 pessoas. As indemnizações superiores a 100 mil euros totalizam mais de 40 milhões de euros, segundo o deputado.
16h01 "Formulação convencional": comunicado à CMVM faz subir tom
Sobre o comunicado enviado pela TAP à CMVM sobre a saída de Alexandra Reis, Hugo Santos Mendes entra num ciclo repetitivo com André Ventura.
O ex-secretário de Estado mantém que o comunicado enviado pela empresa não tinha que passar pela tutela e que não foi elaborado pelo Ministério. Diz até que o comunicado, que elenca motivos pessoais para a saída da administradora, pode ter seguido “uma formulação convencional” – expressão que desbloqueia o riso dentro da comissão de inquérito.
“Imagine que a era a engenheira Alexandra Reis e a CEO Christine Ourmières-Widener que decidiam chegar a acordo sem apoio jurídico? Ia dar asneira. Elas não deram um passo sem apoio jurídico”, uma postura que Hugo Santos Mendes elogia.
Ainda em resposta a André Ventura, diz que “é óbvio” que falou com Pedro Nuno Santos sobre a sua audiência junto da IGF, sobre o acordo com Alexandra Reis. “Somos amigos, flao com ele com regularidade”, diz.
Já sobre o e-mail enviado à CEO, esclarece que “é o primeiro” interessado em que a CPI perceba de onde partiu a fuga dos documentos enviados ao Parlamento.
15h43 Hugo Santos Mendes defende indemnização de 500 mil euros
O ex-secretário de Estado mantém a defesa no valor atribuído a Alexandra Reis.
Os 500 mil euros, diz, garantem “a defesa dos interesses da empresa e os direitos da administradora”. Em resposta ao deputado do Chega André Ventura, que hoje substitui Filipe Melo, Hugo Santos Mendes diz que “houve trabalhadores – não sei quantos – que receberam 250 mil euros na rescisão. Estamos a falar de uma administradora do mundo da aviação, que é dos mais bem pagos”, explica.
E revela um facto sobre o vencimento da antiga administradora: “A engenheira Alexandra Reis, com os cortes de 20%, ganhava 245 mil euros [por ano]. O administradora equivalente, David Pedrosa [fihlo de Humberto Pedrosa]… Ela ganhava 55% do que ele ganhava, e ele ainda levava um bónus em cima disso”, contabiliza.
“Este valor ainda não tinha sido dito, quando falamos em desigualdades salariais”, acrescenta.
Segundo os números apresentados pelo ex-secretário de Estado, a administradora recebia em torno dos 20 mil euros por mês, o que significa que David Pedrosa receberia um ordenado perto dos 50 mil.
Hugo Santos Mendes diz que a tutela quis dar “as melhores condições” a Christine Ourmières-Widener para gerir a equipa interna da TAP, com vista à execução do plano de reestruturação.
“Queríamos reforçar, empoderar a autoridade da CEO na sua equipa”, adianta, lembrando que apenas uma das pessoas tinha sido selecionada pela CEO. Manter Alexandra Reis, com quem havia uma claro desalinhamento, enfraquecia a autoridade da presidente.
O ex-secretário de Estado admite que acompanhou o processo de negociação do acordo de saída, a pedido da própria CEO. Contudo, garante, não era necessária uma intervenção de uma das duas tutelas, mas sim que se alcançasse um acordo entre a companhia aérea e a administradora.
O não levantamento dos riscos jurídicos, diz, é responsabilidade da SRS Legal.
Admite que teve conhecimento do valor, mas não dos pormenores do acordo. Não deu ‘luz verde’ para o pagamento – isso terá sido o ministro Pedro Nuno Santos -, mas deu, considera, “uma benção política”.
“Quis proteger o bom nome do Governo ao máximo aplicando a mim próprio a sanção política máxima”, diz ainda sobre a sua demissão, antes de agradecer a Pedro Nuno Santos.
Abordando já “as ingerências” de que é acusado: o pedido de alteração do voo de Marcelo Rebelo de Sousa e o “episódio” da frota de carros.
Sobre o primeiro caso, diz: “Penalizo-me pelo comentário que partilhei com a CEO sobre o Presidente da República” ser o maior aliado político da TAP.
“Partilhei uma opinião, mas reconheço que não o devia ter feito, nem no seu conteúdo, nem na sua forma. Não partiu de mim a decisão de decidir nada. Limitei-me a partilhar uma opinião que foi sem dúvida infeliz”, admite.
“A ex-CEO tomou a decisão de não alterar o voo”, garante, dizendo que ficou salvaguardada a autonomia da gestão. “Nem fiz qualquer acompanhamento sobre o caso”, acrescenta.
Acusa a CPI de ser uma ferramenta para “produzir fantasias e juízos sumários” e alerta os depuados que “para compreender o contexto é preciso compreender o contexto”.
Nesse momento é interrompido pelo presidente da CPI, António Lacerda Sales, que faz a sua primeira advertência a um depoente durante a sua intervenção inicial.
Cortando a palavra ao ex-secretário de Estado, Lacerda Sales rejeita comentários do género: “Peço-lhe que não faça juízos sobre a CPI. Não ultrpasse essa linha”, pede o socialista.
14h50 "A TAP tem de estar sujeita a uma supervisão diferente" das outras empresas públicas
Hugo Santos Mendes começa por dizer, na sua intervenção inicial, que as áreas que tutelou sob alçada de Pedro Nuno Santos – das comunicação aos transportes e infraestruturas – impactam milhões de pessoas.
Leia aqui a intervenção na íntegra
“A forma mais fácil de destruir uma companhia de aviação é criar rotas para seguir rumos políticos”, atira a certo momento.
“Tutelei a delegação de competências do sector da aviação – um sector tecnicamente exigente, uma área central da economia. Mais do que noutras áreas, é preciso saber o que é preciso saber. Se é já exigente durante tempos normais, imagine-se numa pandemia”, explica.
“Como secretário de Estado pautei sempre a minha relação com os Ca das empresas tuteladas pelo respeito da autonomia, pelo respeito da autoridade”, garante também.
“É claro que a TAP é uma empresa diferente. A ideia de que o governo se pode relacionar com a TAP como mais uma empresa pública, não faz sentido nenhum. (…) A TAP é diferente das outras empresas públicas” por vários motivos, diz ainda.
Por ser “uma empresa em reestruturação profunda”, com uma “ferida que sangra todos os dias”, as atenções tinham que ser redobradas, admite. “A TAP tem de estar sujeita a uma supervisão diferente de qualquer outra empresa pública”, sublinha.
A acusação de que Hugo Santos Mendes impediu a TAP de comunicar com as Finanças – a outra tela – é “ridícula”, diz o ex-governante.
Não impediu, mas alertou Christine Ourmères-Widener de comunicar com o Ministério do Trabalho e releu as trocas de mensagens que teve com a ex-CEO, onde a adverte que é com as Infraestruturas e Habitação que a TAP tem que falar: “a porta de entrada” do Governo.
“Da quase falência em 2020 aos lucros em 2022, a TAP é uma história de sucesso. Sucesso que dependeu dos contribuintes, dos trabalhadores, e também de um Governo”, diz.
A sua gestão da companhia, do ponto de vista do Governo, passou pela criação de “um anel de segurança em torno da gestão face a todas as questões externas e internas”.
14h37 Arranca audição do ex-secretário de Estado
Hugo Santos Mendes já deu entrada na sala da comissão de inquérito à TAP. Está em vigor a grelha A de inquérito (a mais longa).
14h35 Requerimentos do Chega chumbados
Os três requerimentos apresentados pelo grupo parlamentar do Chega foram rejeitados com votos contra do PS e do PCP.
14h28 PS e PCP bloqueiam envio de audição de Galamba à PGR
O PS bloqueou o requerimento do PSD que pedia que a ata da audição de João Galamba fosse enviada para a PGR, com vista à instauração do competente inquérito de natureza criminal. O PCP também votou contra.
Paulo Moniz, do PSD, diz que o partido vai enviar na mesma a ata à PGR. “O algodão não engana, lá está, lá está”, diz o mesmo deputado.
Já os três requerimentos do PCP foram aprovados por unanimidade.
Discutem-se agora os requerimentos do Chega, que pedem novas audições e um adiamento dos prazos dos trabalhos. Bruno Dias, do PCP, pede que cada requerimento seja votado em separado, contrariamente ao que aconteceu noutras vezes.
14h11 Primeiro, os requerimentos
Antes da audição ao ex-governante, os deputados apreciam e votam uma série de requerimentos:
O grupo parlamentar do PSD vai pedir que seja extraída e enviada para a Procuradoria-Geral da República a certidão da ata da audição do ministro João Galamba, “com vista à instauração do competente inquérito de natureza criminal”.
Já o PCP pede à ANAC uma série de documentos. Para começar, exige-se “todas as diligências, relatórios, decisões e deliberações feitos pela ANAC relativos aos processos de reprivatização (2015), reconfiguração (2016-2017) e reestruturação (2020 e seguintes) da TAP SGPS e da TAP SA”.
Além destes, os comunistas querem consultar toda a documentação que a entidade tenha recebido sobre os ‘fundos A irbus’, a capitalização da TAP, e eventuais comunicações da DGN Corp., da Airbus e da Atlantic Gateway.
Ao Tribunal de Contas (TdC), o PCP quer pedir uma “listagem nominal e percetível de todos os documentos e ficheiros existentes sobre a privatização da TAP e uma listagem nominal e percetível de todos os documentos e ficheiros enviados pelo Presidente da Parpública, Pedro Ferreira Pinto, no dia 4 de dezembro de 2015, bem como o registo de envios de documentação adicional remetida ao Tribunal de contas sobre a reprivatização da TAP”.
Pede-se ainda que o TdC esclareça se foi ou não questionada a Parpública sobre o processo de capitalização da TAP com recurso a fundos vindos da Airbus.
Por sua vez, a esta entidade pública, o PCP pede “o índice da documentação e ficheiros que enviou à comissão e que enviou ao Tribunal de Contas em 2015, bem como o esclarecimento por escrito sobre todas as solicitações que recebeu e a resposta sobre o processo de capitalização da TAP desde 2015 até ao presente”.
Já à companhia aérea em si, o PCP pede que entregue documentação das contas e processos legais da VEM, prévias à aquisição da mesma.
Por sua vez, o Chega pede uma nova audição a João Galamba e a Pedro Ferreira Pinto. E pede ainda que seja chamado à CPI o diretor-geral do Gabinete Nacional de Segurança, António Gameiro Marques.
Caso um destes três requerimentos seja aprovado, isso ditará inevitavelmente um novo resvalar do prazo de conclusão dos trabalhos da CPI, prevista terminar esta sexta-feira.
14h00 Boa tarde
Boa tarde. Estaremos a acompanhar em direto a audição do ex-secretário de Estado das Infraestruturas Hugo Santos Mnedes. O ex-governante, que participava diretamente da tutela sectorial da TAP, responde esta quarta-feira aos deputados da comissão parlamentar de inquérito (CPI).
Recorde aqui todos os desenvolvimentos desde o arranque desta CPI e reveja todas as audições anteriores, aqui.
A CPI â TAP decorre desde março e deverá terminar esta semana, com as audições do ex-ministro Pedro Nuno Santos e do ministro das Finanças Fernando Medina.
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