“Temos de conseguir preparar as nossas pessoas para os empregos do futuro. E todos os que são ativos, porque não podemos desperdiçar talento. A principal tarefa de cada gestor é preparar as pessoas”, defendeu Vanda Jesus, realçando que as competências humanas, como a liderança ou criatividade, e as computacionais, como a inteligência artificial ou a big data, existem em conjunto.
Rute Ablum acrescentou: “Há aqui um papel das empresas em formar. Talvez essa seja a palavra-chave: formar. Temos de pensar mais à frente, o que vai ser o futuro. Nós pensamos que toda a gente tem os mesmos acessos que as pessoas nesta sala têm. A internet não chega a toda a gente, nem em Portugal. Temos de fazer com que as ferramentas digitais sejam acessíveis a todos. Temos de tornar o digital mais inclusivo, para pessoas com deficiência, por exemplo. Formar as pessoas, a começar com as nossas escolas. “Só através da literacia digital é que vamos conseguir evoluir o mundo”.
Esta visão aplica-se às empresas e a qualquer cidadão, incluindo as crianças. Daí as oradoras defenderem a necessidade de renovação do sistema de ensino.
“Do ponto de vista de educação das crianças é absolutamente fundamental. Pelo impacto que isto tem nas vidas delas. Cabe-nos a nós ajudá-los a fazer esse controle. O caminho não é proibirmos os miúdos de utilizarem a tecnologia. É sermos didáticos e ensinarmos”, defendeu Rute.
Ao longo da conversa, várias vezes foram mencionados os “vilões” desta história. Entre as várias formas de combatê-los, Maria Falcão destaca uma iniciativa que organizou com a sua equipa no Harpoon.
“No Japão este tema dos burnouts associado ao excesso de tempo no digital já foi identificado. O governo criou um programa publico de terapia da floresta, devolver as pessoas à natureza. Eu fiz isso com a minha empresa, não foi fácil desligar, foi um processo, mas foi extraordinário”, disse.