A campanha cerealífera (produção de cereais) do outono e inverno deverá registar, em Portugal, dos piores números, com as searas a apresentarem povoamentos ralos, palhas e espigas curtas e deficiências no enchimento do grão. As pastagens e forragens também caíram face às expetativas, de tal forma que as disponibilidades forrageiras não são suficientes para assegurar a alimentação de toda a pecuária a sul do Tejo, de acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) sobre o sector agrícola.
Na origem, está a seca que se faz sentir em 99,9% de Portugal Continental, dos quais 35,2% em seca severa ou extrema (quase todo o território a sul do Tejo).
Por outro lado, a instalação das culturas de primavera e verão tem decorrido normalmente, estando assegurada a companha de regadio em 60 albufeiras hidroagrícolas, sendo que cinco se mantêm com restrições de utilização de água de rega desde o ano passado.
A superfície de arroz deverá crescer 5%, na sequência da conclusão das obras que decorrem nos canais do aproveitamento hidroagrícola do Vale do Sado. No que diz respeito ao tomate para a indústria, contrataram-se 17,7 mil hectares entre a indústria e os produtores, o que corresponde a uma subida na ordem 16% face à área declarada no Pedido Único de 2022.
Ainda assim, os pomares de cerejeiras foram fortemente afetados pelas condições meteorológicas adversas, pelo que deverá registar-se uma queda para metade ao nível da produtividade.
No desenvolvimento vegetativo dos pessegueiros não se sentiram as elevadas temperaturas, pelo que é expectável que a produtividade vá rondar os valores normais. No milho para grão de regadio também não são esperadas alterações relativamente ao ano passado.
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