Os preços do trigo estão a disparar, com uma subida de 2% esta quinta-feira e de 12% em apenas uma semana. As variações acontecem numa altura em que o futuro do acordo dos cereais entre a Rússia e a Ucrânia é incerto, ao mesmo tempo que os dados indicam que as culturas dos Estados Unidos sofreram com a seca que se fez sentir no país, o que está a gerar uma subida dos custos nos mercados, como consta de uma análise da corretora XTB.
Ora, por um lado, a Rússia diz que não encontra motivos para estender o prazo do acordo, que foi estabelecido até 18 de julho de 2023. De acordo com Moscovo, faltam cumprir cláusulas que foram estabelecidas, como a retoma do oleoduto de amónia e a reconexão de um dos bancos russos ao sistema SWIFT.
O acordo tem sido sempre estendido em dois meses, ficando agora a dúvida sobre se o procedimento será o mesmo. Certo é que o Kremlin poderá estar a deixar no ar uma ameaça de romper o acordo, como forma de procurar obter cedências da parte do Ocidente.
Ao mesmo tempo, a crise ao nível dos cereais cresce devido aos dados que chegam dos EUA, onde a seca está a resultar na deterioração das culturas de cereais, de acordo com os dados mais recentes. Do trigo de primavera, só 51% está em boas ou excelentes condições, depois dos 60% observados no ano passado. A mesma tendência foi seguida pelo milho, que só 55% está em boas ou excelentes condições (61% um ano antes), ao passo que na soja é de 54%, menos cinco pontos percentuais do que em 2022.
A somar aos problemas que se verificam nas colheitas norte-americanas, também a Rússia estará a ter dificuldades ao nível da produção, causadas pelas chuvas persistentes no sul do seu território, de acordo com relatos recentes.
Tagus Park – Edifício Tecnologia 4.1
Avenida Professor Doutor Cavaco Silva, nº 71 a 74
2740-122 – Porto Salvo, Portugal
online@medianove.com