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Glovo atinge rentabilidade na ultra-conveniência

A Glovo investiu 50 milhões de euros no seu negócio, onde se ultra-conveniência, que atingiu a rentabilidade no ano passado. Ao NOVO Economia, o responsável pelo quick-commerce assume os planos futuros de um negócio que já representa 20% das contas totais da empresa.
9 Julho 2023, 15h00

Artigo originalmente publicado no caderno NOVO Economia de 1 de julho, com a edição impressa do Semanário NOVO.

Quem já se lembrou que faltava um ingrediente a meio de uma receita e teve de ir às compras, que levante o dedo. É neste esquecimento que a Glovo quer apostar.

Em 2020, a Glovo avançou com o quick-commerce, lojas de conveniência onde os estafetas se abastecem com os produtos de mercearia pedidos na aplicação. Em dois anos, a empresa atingiu a rentabilidade deste negócio, que soma já oito lojas e um investimento de 50 milhões de euros para o presente ano, estando prevista também a abertura de um novo armazém na Grande Lisboa ainda para este ano.

“Portugal é um dos mercados prioritários mundialmente. Queremos consolidar a nossa posição dentro do país e estamos a trabalhar para isso”, evidencia Álvaro Pérez, head of quick-commerce da Glovo.

“A Glovo tem a missão de dar acesso a qualquer produto de forma rápida e fácil aos seus clientes. Esta é a ferramenta que solucionámos”, diz Álvaro, em declarações ao NOVO Economia.

Estes Micro Fulfillment Centres são armazéns urbanos inseridos nas cidades de Lisboa e Porto que servem a conveniência dos clientes, onde o tempo de serviço ronda os 24 minutos.

O responsável por estas lojas da Glovo em Portugal indica que o valor de negócio deste produto, entre toda a atividade da empresa, ronda os 20%, estando em linha com os valores globais.

“Podemos afirmar a 100% que é um negócio rentável e este é um marco muito importante para nós. Atingimos a rentabilidade no ano passado”, conta Álvaro Pérez.

Na verdade, e embora a empresa não revele publicamente valores de negócios, o ecossistema da Glovo cresceu acima dos 100% no ano passado, quando comparado com o período homólogo. Álvaro Pérez refere que foi um “caminho árduo, com resets e avaliações constantes”, mas que a rentabilidade do negócio chegou dois anos depois de terem começado.

“Os nossos resultados foram óptimos. Além do crescimento e rentabilidade, obtivemos a liderança de mercado dentro do quick-commerce”. Mensalmente, os valores também são positivos e o negócio continua a crescer acima dos dois dígitos, conta ao NOVO Economia.

Um fator de maior orgulho é o tempo de entrega estar abaixo dos 25 minutos. “Achamos que isso atrai utilizadores, mas se o tempo mudar, nós adaptamos”. Vários episódios frequentes são, conta Álvaro Pérez, os estafetas chegarem ao local de entrega e o utilizador ainda não ter chegado. Isto significa que as pessoas encomendam quando saem do local de trabalho e, como a previsibilidade é uma virtude, este fator já está inserido no tempo de deslocação, embora o trânsito citadino seja imprevisível.

Qual o futuro? “Queremos que este serviço continue a crescer como até agora. Temos trabalhado para conseguir um catálogo maior, estamos a trabalhar com a empresa de pão nacional Gleba e queremos acrescentar mais produtos nacionais. Queremos mais proximidade com o utilizador, que sejamos affordable e que continuemos em linha com o que começámos”. Estes são os planos para o futuro delineados pelo responsável do quick-commerce em Portugal.

Sobre a abertura de outro armazém, desta vez fora dos dois principais centros urbanos, Álvaro Pérez diz que as conversas atuais atiram esta possibilidade para o próximo ano. “Agora estamos num processo de definir 2024 e estamos a pensar se faz sentido ter outra loja noutro lugar e continuar a trabalhar com os parceiros”.

Caso os planos se concretizem, a Glovo atinge as dez Micro Fullfilment Stores em quatro anos de existência e continua a sua expansão pelo território nacional em pleno.

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