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Terramoto. Turquia aumenta imposto dos combustíveis em 200% para financiar reconstruções

A Turquia prepara-se para um aumento de 200% nos impostos dos combustíveis, uma medida que agravará o cerco aos rendimentos familiares. Objetivo é que a receita fiscal financie as reconstruções em curso, depois de um terramoto que devastou o país em fevereiro deste ano.
Recep Tayyip Erdogan
16 Julho 2023, 15h46

A Turquia aumentou os impostos aos combustíveis em 200%. A medida entrou em vigor este domingo e o objetivo é que o aumento da receita fiscal sirva para financiar as reconstruções necessárias depois do terramoto de fevereiro, que devastou largas áreas do país.

As novas tarifas especiais ao consumo abrangem diferentes tipos de combustível, incluíndo gasolina e gasóleo, e já estão inscritas na lei.

De acordo com estimativas da administração de Recep Tayyip Erdoğan, o terramoto de fevereiro terá causado mais de 100 mil milhões de dólares em danos. Segundo o ministério das Finanças turco, a medida pretende compensar a despesa estatal nas operações de reconstrução em curso e simultaneamente manter uma forte reserva monetária nos cofres do Estado.

Contudo, a decisão não deverá aliviar a pressão inflacionária no país. Os últimos dados divulgados dão conta de que a inflação na Turquia já atingiu os 38% — uma trajetória que não deverá abrandar tão cedo, uma vez que a lira turca continua a perder força e que o Governo se prepara para aumentar a despesa de forma a cumprir promessas eleitorais.

A ação legislativa não se fica por um agravamento do lado dos combustíveis. Um novo despacho prevê um aliviar do peso fiscal incutido às empresas. Ainda assim, já tinham sido anunciados aumentos numa série de bens de consumo.

Alguns analistas já esperavam que a inflação na Turquia atingisse os 50% este ano, mas a introdução desta medida poderá colocar essas projeções mais próximas da casa dos 60%, segundo especialistas citados pela Bloomberg.

Erdoğan, que assegurou a reeleição para mais um mandato de 5 anos nas últimas eleições presidenciais, em maio, prometeu um aumento do salário mínimo nacional e um acréscimo às pensões. Em resposta, a lira turca viu o seu valor face ao dólar recuar quase um quarto.

 

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