A cabeça de lista do Juntos pela Catalunha (JxCat), que conquistou no domingo sete lugares no Congresso espanhol, avisou que o partido não vai apoiar Pedro Sánchez para o cargo de primeiro-ministro “a troco de nada”.
A prioridade do JxCat “é a Catalunha” e não “a governabilidade do Estado”, afirmou Míriam Nogueras, em conferência de imprensa, na sede eleitoral do partido, ao lado da presidente, Laura Borràs, e do secretário-geral, Jordi Turull.
Nogueras acrescentou que se está a abrir “uma nova etapa para a mudança e recuperar a unidade” pró-independência.
“Não nos vamos mexer nem um milímetro porque temos memória. Sánchez tem muitos assuntos pendentes com a Catalunha”, salientou.
O JxCat obteve um total de sete lugares, três em Barcelona, dois em Girona, um em Tarragona e um em Lleida, decisivos na formação do novo Governo espanhol.
Em termos de votos, o partido obteve um total de 392.024, cerca de 138.000 a menos do que nas últimas eleições, embora uma perda menor do que a sofrida pela Esquerda Republicana da Catalunha (ERC), que perdeu quase metade dos lugares no Congresso e 417 mil votos, em relação às legislativas de 2019.
A candidatura da ERC, liderada por Gabriel Rufián e Teresa Jordà, obteve 457.263 votos, longe dos 874.859 votos que deram a vitória ao partido há quatro anos na Catalunha, tornando a formação central na viabilização do governo do PSOE e do Podemos.
O resultado de domingo traduz-se em sete deputados (menos seis que em 2019) e três senadores (menos oito) e apesar de a ERC se manter como a primeira força independentista, está agora empatada no Congresso espanhol com o rival Juntos pela Catalunha.
Nestas eleições, a “boa notícia da noite” é que a ERC “voltou a ganhar dentro do bloco independentista”, disse Rufián, apesar de ter confessado que os resultados não foram os desejados, destacando a necessidade de um acordo entre os partidos pró-independência para viabilizar o Governo espanhol.
“Catalunha ou Vox [partido da extrema-direita]. Este é o dilema. Este é o dilema mais que nunca para Pedro Sánchez e Yolanda Díaz. Se querem governar o seu país, devem respeitar o nosso”, salientou.
Por seu lado, o presidente do governo regional da Catalunha, Pere Aragonès (ERC), escreveu, na rede social Twitter, que os resultados de domingo deixam “um cenário de incerteza e preocupação” devido ao aumento da direita.
“Os resultados da ERC não são bons, mas agora, mais do que nunca, teremos que pôr a confiança recebida ao serviço da defesa da Catalunha”, prometeu.
As eleições de domingo em Espanha tiveram um resultado inconclusivo, com nenhum dos dois principais blocos a garantir uma maioria absoluta.
Os conservadores do Partido Popular (PP) venceram as eleições, mas sem conseguir a maioria absoluta com o VOX, segundo os resultados provisórios divulgados pelo Governo.
O PP, com 136 deputados, e o VOX, com 33, só conseguiram somar 169 deputados no parlamento, ficando a sete dos 176 necessários para a maioria absoluta.
O PSOE, com 122 deputados, e o Somar (extrema-esquerda), com 31, totalizaram 153 lugares no parlamento e poderão ter mais deputados do que a direita com os aliados da última legislatura.
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