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Espanha: Executivo frágil terá situação económica frágil para abordar

Independentemente da solução governativa encontrada para Espanha após as eleições deste domingo, duas coisas parecem certas: será um acordo frágil e enfrentará um conjunto alargado de desafios económicos.
5 – Espanha
24 Julho 2023, 09h10

Qualquer que seja a solução governativa encontrada para Espanha após as legislativas deste domingo, duas coisas parecem certas: será um acordo frágil e enfrentará uma situação económica longe de tranquila, com vários desafios claros pela frente.

Escreve o ‘El Economista’ esta segunda-feira, que o próximo Governo espanhol confrontar-se-á com sete grandes desafios na vertente económica, com o país a desiludir neste capítulo, tanto interna, como externamente. O primeiro prende-se com a inflação, que até tem recuado bastante nos nossos vizinhos, mas que continua a criar dificuldades à população.

O indicador de preços já caiu para 1,6% em termos homólogos, mas a taxa subjacente continua elevada, em 5,9%, sublinhando a persistência da inflação espanhola. Em consequência, a subida de juros do BCE também pesa sobre a atividade, isto num país com uma elevada exposição a taxas variáveis no crédito à habitação (embora não tão elevada como em Portugal).

Assim, do lado macro, o crescimento será uma das prioridades da legislatura, sobretudo dado o esgotamento aparente do fôlego pós-Covid. O consumo tem vindo a sofrer, sobretudo dada a perda de rendimentos, e a poupança não é remunerada a taxas competitivas considerando a inflação que se sente, explica a análise do ‘El Economista’, dificultando o crescimento da quarta maior economia da Europa.

Ao mesmo tempo, Espanha apresenta das taxas de desemprego jovem mais elevadas do bloco euro, o que também terá de ser colocado no topo das prioridades do novo Governo. A taxa nominal deve fechar este ano em 12,5%, perto do dobro do registado em Portugal, a título comparativo.

Nestas dimensões, os fundos europeus terão uma importância acrescida, como no estímulo de novos sectores com potencial elevado de crescimento e criação de emprego. Ainda assim, é necessária mais velocidade de execução e transparência.

Por fim, o défice e a dívida pública não deixam de preocupar, com Espanha a apresentar dos rácios mais elevados de dívida do bloco da moeda única. Por outro lado, e sendo uma população envelhecida, a reforma das pensões será algo a rever, remata o jornal espanhol.

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