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Um olhar pela economia americana

Depois de todo o alvoroço em torno das taxas de juro, dos número elevados da inflação, da guerra da Ucrânia e de uma pandemia desaparecida, vemos agora os dados da economia americana em forte recuperação. Estaremos cada vez mais perto do tão aguardado “Soft Landing”?
14 Agosto 2023, 07h55

Depois de todo o alvoroço em torno das taxas de juro, dos número elevados da inflação, da guerra da Ucrânia e de uma pandemia desaparecida, vemos agora os dados da economia americana em forte recuperação. Estaremos cada vez mais perto do tão aguardado “Soft Landing”?

Vamos agora aos dados:

Dados do emprego – o relatório do mercado de trabalho dos EUA para julho apresentou um quadro complexo, levando a interpretações mistas. As folhas de pagamento não agrícolas aumentaram em 187.000, o que foi um pouco menos do que o previsto e inferior à marca de 200.000, pela primeira vez desde dezembro de 2020. Por outro lado, os ganhos médios por hora subiram 0,4% em relação a junho e 4,4% em relação ao ano anterior, ambos mais fortes do que o previsto, e a taxa de desemprego desceu para 3,5%. Estes valores indicam um abrandamento do crescimento do emprego e um aumento sólido dos salários. Esta era das métricas mais relevantes para os decisores de política monetária e era a que era vista como maior preocupação com a subida agressiva das taxas de juro.

Dados dos PMIs – Em relação aos PMIs, o PMI industrial mostrou um crescimento no mês de Julho, atingindo os 49 (em Junho tinha saído de 46,3), número ainda abaixo dos 50, simbolizando a fraqueza do setor. No que toca ao PMI dos serviços, caiu pelo segundo mês consecutivo, ficando nos 52,4 (em Junho tinha sido 54,4), mostrando algum abrandamento no setor dos serviços, que tem estado bastante resiliente ao longo dos últimos meses.

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Dados do PIB – Olhando para o crescimento do PIB da economia americana, este apresentou dados bastante robustos: o PIB trimestral cresceu 2,4% e o PIB em termos anuais cresceu em 2,6% face ao mesmo período do ano anterior. Tal demonstra que a procura continua alta e a produção está forte.

Dados da Inflação – A inflação geral em termos homólogos continua a descer e situa-se nos 3,2%. O mês de Julho foi 13.º mês consecutivo em que os números desceram, demonstrando que a política restritiva adotada pela FED tem provocado o abrandamento do crescimento dos preços. Ainda assim, este mês a situação inverteu-se com o IPC a aumentar, passando dos 3% para os 3,2%. No que toca à inflação mensal, o número continua a sair positivo, mas numa escala pequena. No mês de Julho, os preços subiram 0,2% em relação a Junho. Se olharmos para os números da inflação subjacente (core), os números ainda são altos, com a taxa de inflação a situar-se nos 4,7% em termos homólogos e em termos mensais nos 0,2%. O preço da alimentação será o catalisador chave para reduzir estes números. Se atentarmos no índice de preços ao produtor, nota-se que a escalada de preços das matérias-primas e da indústria transformadora já foi absorvida e existe um equilíbrio, visto que este número saiu em 0,1% em Junho (em Agosto de 2022 estava nos 8,7%!). Se virmos o PCE core (Núcleo do Índice de Preços das Despesas de Consumo Pessoal), que mede os preços pagos pelos gastos das famílias, a inflação encontra-se mais alta, situando-se nos 4,1%.

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Dados das taxas de juro – Em relação à taxa de juro, a mesma vem a subir desde Março de 2022, com apenas uma pausa em Junho de 2023. Nesta altura encontra-se nos 5,5%, e o mercado ainda espera pelo menos que haja mais uma subida de 10 pb até ao final do ano. Os dados fortes do emprego dão referência que a FED ainda tem margem para continuar as subidas. Neste momento, o mercado espera uma nova subida da taxa de juro em Setembro com 22% de probabilidade, podendo, assim, haver uma nova pausa.

Dados da confiança do consumidor – Em relação à confiança do consumidor, temos visto subidas graduais nos últimos meses, ficando agora nos 71,6 em Julho. Este número já não era atingido desde Novembro de 2021.

Resultados esperados pelas empresas – Para o segundo trimestre de 2023 (com 51% das empresas do S&P 500 a comunicarem resultados efectivos), 80% das empresas do S&P 500 comunicaram uma surpresa positiva em termos de EPS e 64% das empresas do índice comunicaram uma surpresa positiva em termos de receitas. Adicionalmente, as grandes empresas como Microsoft, Google, Tesla, Amazon, surpreenderam o mercado com os seus ganhos; já a Apple ficou um pouco atrás das expectativas de venda de Iphones e Macs. Tudo isto contribui para um sentimento positivo nos mercados financeiros americanos, o que também fez com que se alastrasse para o resto do mundo.

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Por último, o recente choque nos mercados financeiros foi causado pela descida de rating da dívida dos EUA. A agência Fitch resolveu baixar de AAA para AA+ a notação da dívida dos EUA, o que provocou quedas significativas nos principais índices mundiais. A quantidade de dívida acumulada pelos EUA e outros países desenvolvidos poderá ser um problema do futuro, caso os níveis de produção não consigam acompanhar a escalada da dívida. No que toca às yields dos rendimentos das obrigações do tesouro americano, estas continuam invertidas, simbolizando que os cenários de recessão ainda estão em cima da mesa. Posto isto, caso o mercado de trabalho continue robusto e os indicadores de atividade económicas fiquem estáveis, temos as condições necessárias para que o Soft Landing aconteça.

 

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