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Economia dos EUA à espera que a Fed mantenha juros em alta

Especialistas consultados pela Bloomberg esperam que a Reserva Federal mantenha as taxas diretoras em alta. O tão esperado alívio não é já para esta sexta-feira.
24 Agosto 2023, 08h38

Há uma incógnita prestes a ser resolvida esta semana com a reunião dos banqueiros centrais em Jackson Hole, no Wyoming, Estados Unidos: que mensagem vai o presidente da Reserva Federal (Fed) , Jerome Powell, passar esta sexta-feira? No ano passado, Powell aproveitou a reunião para reforçar a ideia da necessidade de uma política monetária mais restritiva e essa, apesar de toda a evolução sentida ao longo do ano, vai continuar a ser a mensagem. Pelo menos é essa a perceção deixada pelo painel da Bloomberg.

Mas os tempos são, apesar de tudo muito diferentes: tudo indica que a inflação, apesar de permanecer alta, está ‘domada’ e por isso, ao contrário do que estava claro há um ano, não deverá aconselhar novas subidas dos juros.

A perceção é, portanto, que Powell vai confirmar que não haverá mais aumentos de juros nos EUA. O que analistas esperam é que o presidente da Fed confirme que o preço do dinheiro permanecerá nos níveis atuais por um longo período de tempo, para que a inflação atinja o nível da meta da agência, em torno dos ‘sacrossantos’ 2%. Essa é a opinião de 82% dos analistas citados pela agência financeira, enquanto 10% acredita que a Fed vai optar por começar a passar a mensagem de um corte próximo dos juros.

Embora seja claro que o processo de aumento das taxas de juro está terminando, a Fed não pode descartar que ainda haja um aumento do preço do dinheiro. O mais espectável é que a Fed decida que não é necessário aumentar os juros novamente – o que contradiz a sua visão de junho (quando previu dois aumentos até ao final do ano, tendo para já produzido apenas um). Até porque, notam os analistas, os juros reais da dívida norte-americana continuam aa subir: os juros dos títulos da dívida ultrapassaram 2% esta semana pela primeira vez desde 2007.

“À medida que a inflação dos EUA continua a cair, a taxa nominal de fundos federais torna-se ainda mais restritiva para a economia do país. Tanto Powell quanto Williams, presidente do Fed de Nova Iorque, indicaram recentemente que terão que ajustar as taxas em baixa para manter as taxas de juros reais pelo menos constantes, com o objetivo de manter o nível máximo desejado de aperto”, explica Mondher Bettaieb-Loriot, chefe de dívida corporativa da Vontobel.

“Portanto, podemos estar a caminho de um aperto prolongado no tempo, em que o banco central aplicaria cortes de juros a partir de 2024, à medida que a inflação continua a desacelerar e até que a economia regresse a uma inflação de 2%”, dizem os analistas.

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