Escutámos pela primeira vez a palavra “lofizera” há meia dúzia de anos, a meio de VEEENHO, o segundo EP da banda do Restelo. A faixa chamava-se “Cerveja Lofizera”, tinha menos de três minutos e pouco mais de dez palavras: “depressão matinal/ saudades da galera/ que nunca morra este sol/ nem a cerveja lofizera”. Guitarras a estrebuchar, riffs colados ao melhor indie rock dos 90s, secção rítmica inquieta, e um homem a repetir estes versos as vezes que fosse preciso. Na altura, os VEENHO lembravam os Wavves – até os títulos dos discos evocavam os californianos, com uma das letras a repetir-se no nome do grupo e no título do primeiro, e a mesma letra fora de sítio a surgir três vezes no segundo.
Os VEENHO de 2017 eram uma boa banda, com energia, fúria de viver e as referências certas. Não havia muitas assim em Portugal. Foi por isso que Manel Lourenço, a Primeira Dama da Xita Records, os convidou para se juntarem à editora, algum tempo depois de terem gravado o EP inaugural com a cantora, compositora e produtora Filipe Sambado – “foi ela que disse ao Manel que tinha de nos levar para Xita, num concerto nosso”, lembra o baterista e letrista Martim Brito. Há seis anos ainda estavam, no entanto, em busca de uma identidade, cheios de dúvidas. São os próprios que o reconhecem hoje, na ressaca de um álbum de estreia que demorou seis anos a nascer. E que podia nem ter chegado a sair.
“Gravámos as bases do disco há bastante tempo, mas só acabámos de compor tudo mais recentemente”, detalha o baterista. “Quando lançámos o primeiro single ainda não tínhamos o disco pronto. Sabíamos que iam ser 14 músicas, tínhamos as 14 bases, só que faltavam os overdubs, as guitarras, as vozes. E as letras”, detalha. Queríamos ter um som muito específico e passámos algum tempo a tentar acertar com ele.” Que som era esse? “Tem a ver com a dualidade melodia/barulho, caos/harmonia; com pegar numa ideia maior e cortar tudo o que não é fundamental”, explica.
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