A Comissão de Trabalhadores (CT) da Autoeuropa e a administração da empresa terminaram as negociações e chegaram a acordo sobre as medidas financeiras a implementar durante as nove semanas de paragem de produção na fábrica de Palmela, confirmou ao Jornal Económico (JE) o cooordenador, Rogério Nogueira.
O principal desfecho deste encontro foi a remuneração a 95%, que engloba o salário base e subsídio de turno.
As conversas sobre os termos do lay-off (redução dos períodos normais de trabalho ou suspensão dos contratos de trabalho por determinado tempo) tiveram início esta segunda-feira e prolongaram-se no dia seguinte. A segunda reunião arrancou por volta das 10h00 desta terça-feira, prosseguindo ao longo das horas seguintes. Por volta das 15h30-15h45 houve fumo branco em Setúbal.
A proposta que a CT terá apresentado, e que a empresa esteve a analisar antes da reunião de ontem [terça-feira], previa a partilha de pagamento de 95% do salário entre a Segurança Social e a fábrica da Volkswagen e os restantes 5% em down days (dias de paragem na produção negociados no âmbito do acordo de empresa), avançou esta manhã o jornal “Correio da Manhã”.
No início da semana passada, a administração da Autoeuropa informou os trabalhadores de que a fábrica de automóveis de Palmela, em Setúbal, deverá parar durante “algumas semanas” a partir deste mês de setembro. Mais tarde, veio a público que seriam nove semanas, entre 11 de setembro e 12 de novembro.
A suspensão no fabrico de automóveis deveu-se falta de componentes necessárias que vinham da Eslovénia. “Na origem do problema está a falta de peças produzidas por um fornecedor na Eslovénia e que são essenciais à construção de motores”, esclareceu a empresa do grupo Volkswagen, em comunicado, no qual também ressalvou que o cenário se poderia alterar com mudanças no fluxo da cadeia de abastecimento e que estava a prestar apoio ao fornecedor visado.
A administração da empresa, que inicialmente tinha anunciado uma paragem de seis semanas, informou a CT de que iria aplicar o lay-off durante as tais nove semanas de paragem de produção e que, “lamentavelmente”, iria rescindir os contratos a termo incerto, de acordo com uma comunicação interna a que o JE teve acesso.
Em dezembro, houve um referendo no qual os trabalhadores da Autoeuropa aprovaram, com a maioria dos votos favoráveis (61%), um acordo laboral para 2023 com um aumento salarial de 5,2% e um mínimo de 80 euros e máximo de 140 euros. A maioria também ficou com direito a um prémio mensal de assiduidade de 40 euros a ser pago apesar de “férias, dias especiais, dias de compensação, down days, licença de casamento, licenças de maternidade/parentalidade e dias de nojo [luto]”.
Notícia atualizada
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