Num breve comunicado emitido esta quinta-feira, a Evergrande, gigante chinesa do imobiliário e do endividamento, informou que a negociação dos seus títulos seria suspensa a partir das 9h00 locais (1h00 de Lisboa).
Embora os motivos da suspensão não tenham sido especificados, os rumores do mercado apontam para que a decisão tenha sido tomada porque o seu fundador e presidente, Hui Ka-yan, estaria sob vigilância policial. A ‘norma’ chinesa indica que a vigilância é por vezes o passo anterior ao desaparecimento (costumeiramente limitado no tempo) dos responsáveis empresariais.
As autoridades do mercado tomaram a mesma decisão no caso da sua subsidiária para a gestão imobiliária, a Evergrande Property Services, e a que se dedica à produção de veículos elétricos, a Evergrande New Energy Vehicle, ambas listadas no mesmo mercado da empresa-mãe.
As ações da Evergrande, que em agosto pediu falência nos Estados Unidos, caíram quase 19%, gerando ainda mais dúvidas entre os analistas, acionistas e credores, que acreditam que a empresa pode entrar em breve em processo de liquidação.
Esta semana, o grupo anunciou que não pode emitir nova dívida depois de adiar várias vezes as suas reuniões com credores que têm de aprovar o plano de reestruturação, o quew colocou mais pressão sobre os gestores. O ‘pânico’ é que a Evergrande seja ‘grande’ demais para falir: se isso suceder, segundo os analistas, o grupo pode arrastar o mercado interno chinês para uma crise imobiliária de grandes proporções.
Num quadro de taxas de juro inesperadamente altas, a adição destes dois fatores seria com certeza catastrófica para a economia interna chinesa. E as repercussões globais – como tudo o que se passa na China – por certo não se fariam esperar.
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