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Comissão defende menos voos no aeroporto de Lisboa e mais em Cascais e Beja

A comissão independente defende a remoção de aviões de carga do aeroporto de Lisboa.
1 – Aeroporto Humberto Delgado (Lisboa)
2 Outubro 2023, 11h06

A Comissão Técnica Independente (CTI) defende menos voos não-comerciais no aeroporto de Lisboa e mais em Cascais e Beja. Isto refere-se a voos de carga, militares e voos charter.

As conclusões constam do relatório da análise de curto prazo divulgado hoje pela CTI e servem de recomendação ao Governo e às autoridades.

– Remoção do Aeroporto Humberto Delgado (AHD) de todo o tráfego não comercial (aeronaves código A e B);

– Redistribuição do tráfego em sistema multi-aeroportuário, movendo:
• tráfego civil para Cascais;
• tráfego militar (VIP) para uma base aérea, que não impacte com a operação do AHD, e a analisar com a Força Aérea Portuguesa (FAP), e;
• tráfego charter não regular para a base aérea de Beja.

A CTI também defende a redefinição das regras de atribuição de slots aeroportuários: “A alocação de slots aeroportuários terá de ser reequilibrada, distribuindo equitativamente ao longo da hora o número de voos. O tempo de ocupação dos stands tem de ser redefinido e considerado na coordenação dos slots aeroportuários, de modo a evitar que uma aeronave chegue com o estacionamento ainda ocupado, tendo de ficar a aguardar em caminhos de circulação”.

Desta forma, a CTI sugere:

– É necessário adoptar uma estratégia de atração das aeronaves de maior capacidade e analisar sistematicamente as causas dos slots não utilizados;

– É indispensável adotar uma política de gestão de slots que considere a situação contingencial com que o AHD se confronta;

Ao mesmo tempo, defende a melhoria das infraestruturas aeroportuárias:

  •  Entradas múltiplas na pista 20;
  • Taxiway paralelo para servir a operação da pista 20, minimizando o cruzamento de pista;
  • Saídas rápidas com performance de 50 nós para ambas as pistas;
  • Inner e outer taxiway e otimização da circulação no solo;
  •  A número de estacionamentos de aeronaves;

A CTI argumenta que este relatório “procurou evidenciar soluções expeditas e imediatas de melhoria operacional do AHD para fazer face às dificuldades de processamento de passageiros, carga, e de aeronaves. Estas soluções procuram melhorar a qualidade do serviço e a eficácia operacional, e conforto para o passageiro, no funcionamento do AHD até à entrada em funcionamento de uma 1ª fase de uma nova infraestrutura aeroportuária, que deve por isso ser acelerada”.

E continua: “Ficou claro que o AHD apresenta ineficiência operacional e de layout que condicionam o uso da capacidade instalada e a possibilidade de uma solução de médio prazo de incremento de capacidades. Assim o foco das intervenções no AHD deve ser orientado para soluções de novas infraestruturas com implementação no curto-prazo, expeditas e não limitativas da operação corrente, bem como para soluções de otimização operacional que promovam a eficiência do uso da capacidade instalada. A procura tem vindo a ser limitada pela Capacidade Declarada, que deveria ser reavaliada por entidade multilateral com representação dos principais stakeholders (ANA, NAV, ANAC), para que seja possível organizar e consolidar o processo de reavaliação com aceitação de todas as partes”.

Olhando para a Base Aérea de Beja, nas condições atuais de acessibilidade, “não pode ser uma alternativa comercial para gestão das pontas de tráfego de passageiros do AHD e do Aeroporto de Faro, mas pode ser considerada para acolher operações exclusivas de carga e de charters não regulares, libertando espaços do AHD. Nas atuais condições de escassez de recurso e ineficiência, não há justificação para manter espaços dedicados à operação do AT1, que poderá ser acomodado em outra base aérea que não comprometa a operação do AHD”.

A CTI também defende a “a decisão e aceleração de uma primeira fase de um novo aeroporto assume um carácter de urgência, que se materializa no spillage decorrente da atual situação de congestionamento do AHD, que poderá ser reduzido com as ações propostas, mas não eliminado”.

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