A DBRS publicou um comentário sobre a performance de Portugal perante crises políticas, intitulado “Portugal Governance: Overperforming Peers On Key Measures”. Nele diz que, na última década, os governos da República Portuguesa (rating A e perspetiva estável dadas pela DBRS) têm-se caracterizado por posições parlamentares minoritárias e por ameaças recorrentes vindas de votos de moções de confiança e de ameaças de eleições antecipadas. No entanto, esta situação não deteriorou as principais medidas dos Indicadores Mundiais de Governação (WGI) recentemente atualizados pelo Banco Mundial/Brookings. Portugal tem um “desempenho superior ao dos seus pares nos principais indicadores” de governação, na perspetiva da DBRS.
“Portugal teve, na sua maioria, um desempenho superior ao dos países da área do euro com classificação semelhantes, desde a crise da zona euro do início da década de 2010 até agora, um período que incluiu a realização de reformas estruturais, a recuperação económica e uma rápida reparação orçamental”, diz a DBRS que é da opinião que “é baixo o risco de que um futuro resultado eleitoral desvie a definição de políticas em Portugal do longo compromisso de uma década com uma política orçamental prudente e de redução da dívida”.
“Portugal tem um desempenho superior nas classificações de eficácia governamental e estabilidade política em comparação com os seus pares da UE” e “depois de uma surpreendente vitória por maioria absoluta nas últimas eleições, o apoio ao governo diminuiu”, realça a agência de rating.
“A nossa preocupação seria uma mudança de prioridade em relação ao atual compromisso prudente com o rigor das finanças públicas, embora isto nos pareça improvável”, refere a DBRS.
“Se a política mudar mais uma vez e forem convocadas eleições antecipadas, consideramos que uma votação antecipada ou uma mudança no governo não pressagiaria necessariamente uma deterioração na estabilidade política ou na eficácia do governo”, afirma Jason Graffam, Vice-Presidente, Global Sovereign Ratings. “O desafio mais imediato para este governo e para os seus sucessores é gerir adequadamente os fundos da UE destinados a realizar investimentos a longo prazo e a apoiar empresas e famílias num momento em que o crescimento económico parece prestes a abrandar.”
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