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Lucros do Novobanco sobem 49% para 638,5 milhões até setembro

O Novobanco apresentou um resultado líquido de 638,5 milhões de euros até setembro, a subir 49,1% face ao período homólogo do ano anterior, ajudado pelo crescimento da receita da margem financeira que mais do que duplicou face ao mesmo período do ano passado.
2 Novembro 2023, 07h35

O Novobanco apresentou um resultado líquido de 638,5 milhões de euros até setembro, a subir 49,1% face ao período homólogo do ano anterior, ajudado pelo crescimento da receita da margem financeira que mais do que duplicou face ao mesmo período do ano passado (+105%).

No terceiro trimestre o resultado liquido soma 265,3 milhões de euros.

Citado no comunicado o CEO do banco, Mark Bourke, diz que “no terceiro trimestre o banco continua a apresentar fortes resultados”. “Além de rentável tem capacidade de geração de capital. Temos balanço sólido e de elevada liquidez e mantemo-nos focados nos nossos clientes e em satisfazer as suas necessidades financeiras”, acrescenta.

A margem financeira totalizou 831,2 milhões de euros nos primeiros nove meses do ano, tendo sido de 307,2 milhões no terceiro trimestre, num aumento de 10,6% face ao trimestre homólogo do ano passado). Este é o “reflexo da melhoria da taxa de juro média dos ativos que superou o aumento do custo de financiamento”.

As comissões de serviços a clientes ascenderam a 217,1 milhões de euros com um aumento de 0,7% face ao período homólogo.

Mas os resultados de trading caíram 42,3% para 39,3 milhões de euros.

Assim, o produto bancário subiu 29,5% para 1.102,1 milhões de euros no acumulado do ano.

Fruto da inflação os custos operativos cresceram 8,1% para  339,6 milhões de euros nos nove meses dos ano, dos quais os custos com pessoal subiram 8,2% para 183,8 milhões, num aumento de 14 milhões em relação aos primeiros nove meses de 2022. Aqui estão, não só os custos com os aumentos salariais, como os custos com o aumento no número de colaboradores (+119 que no fim do ano), atingindo os 4.209 em 30 de setembro.

“A evolução positiva da atividade comercial, num ambiente de subida das taxas de juro, repercutiu-se no crescimento de 68,6% do produto bancário comercial. Este desempenho mais que compensou o efeito da inflação e do investimento na melhoria dos processos do banco, que conduziu a um aumento dos custos operativos de 8,1%”, indica o banco.

O rácio de custos sobre proveitos (cost-to-income) melhorou dos 50,6% para 33,6%. Sendo que o (cost-to-income comercial) melhorou para 32,4%, refletindo o desempenho das receitas.

No balanço, o crédito a clientes brutos situou-se nos 25,7 mil milhões de euros, um valor que representa um crescimento de 0,2% face a dezembro de 2022, dos quais 54% concedido a empresas, 40% de crédito habitação e 6% de crédito ao consumo e outros.  “A originação nos primeiros nove meses foi de 2,6 mil milhões de euros, suportada pela evolução positiva da captação de clientes, tendo sido parcialmente mitigada pelo aumento das amortizações”.

O saldo médio dos depósitos de clientes foi de 28,8 mil milhões de euros, com uma taxa de remuneração de 0,66%, sendo que no ano passado foi de 0,17%. Os depósitos caíram de 1,1% face a dezembro e houve um recuo de 1,7% face a setembro de 2022.

Os recursos de clientes nos nove meses face a dezembro caíram 0,4% para  34.543 milhões de euros.

O rácio de NPL (Non-Performing Loans) baixou de 5,4% em dezembro para 4,7% em 30 de setembro, sendo que a cobertura por imparidades está em 83,7%.

O grupo Novobanco registou nos primeiros nove meses de 2023 um reforço de imparidades e provisões no montante de 81,7 milhões de euros, sendo a sua quase totalidade para crédito a clientes e títulos, apresentando estes dois agregados uma ligeira redução face ao período homólogo (-2,1 milhões).

O custo do risco de crédito melhorou 36pb, incluindo as imparidades para crédito e obrigações corporate, “consistente com o guidance de 2023”.

Em 30 de setembro de 2023, o rácio de cobertura de liquidez (LCR) do situou-se em 136%, “refletindo o reembolso do TLTRO III, e o rácio de financiamento estável líquido em 118%, ambos acima do requisito regulamentar”.

O rácio de capital CET 1 fully loaded aumentou cerca de 340pb, face a dezembro de 2022, para 16,5% enquanto o rácio de solvabilidade global subiu cerca de 390 pb para 19,3% (+140bps e +150bps versus junho de 23, respetivamente).

O Novobanco diz que “nenhum dos montantes não pagos pelo Fundo de Resolução ao abrigo do Mecanismo de Capitalização Contingente foi considerado no cálculo de capital regulamentar”. No entanto o banco “considera os montantes não pagos relativos ao ano de 2020 e 2021 devidos ao abrigo do Mecanismo de Capitalização Contingente, tendo despoletado os mecanismos legais e contratuais à sua disposição no sentido de assegurar o recebimento dos mesmos”.

“No que respeita ao valor solicitado ao Fundo de Resolução relativo ao exercício de 2020, subsistem duas divergências, entre o Novobanco e o Fundo de Resolução, relativamente à provisão para operações descontinuadas em Espanha e valorização de unidades de participação, que estão a ser dirimidas num processo arbitral em curso, no âmbito do qual está ainda a ser apreciada a divergência relativa à aplicação pelo Novobanco, no final de 2020, da opção dinâmica do regime transitório da IFRS 9”, lê-se no comunicado

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