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Mahmoud Abbas: a solução que nunca chegou a ser

Abbas apoiou Israel quando bloqueou Gaza e não quis o seu levantamento. Vai agora administrar o enclave? Só se for dentro de um tanque de guerra. Israelita
12 Novembro 2023, 10h00

É difícil encontrar um político com tantos cargos: é presidente do Estado da Palestina, é presidente da Autoridade Nacional Palestiniana, é presidente da Organização para a Libertação da Palestina (OLP), e presidente da Fatah. Desgraçadamente, a força política de Mahmoud Abbas é inversamente proporcional ao número de cargos que ocupa. E, tal como sucede com Benjamin Netanyahu, parece ser cada vez parte do problema e cada vez menos parte da solução. Tal como sucederá com grande grau de probabilidade com o atual primeiro-ministro de Israel, também Mahmoud Abbas tem poucas probabilidades de fazer parte das contas que a comunidade internacional vai fazendo para quando a guerra acabar – mesmo que não seja certo que esta guerra, que começou no dia 14 de maio de 1948, e ao contrário de todas as outras, venha um dia a acabar.

Depois de Netanyahu ter dito que Israel vai permanecer em Gaza por tempo indeterminado, Mahmoud Abbas contrapôs que a Autoridade Palestina estava pronta para o fazer em lugar de Israel. “Assumiremos plenamente as nossas responsabilidades no âmbito de uma solução política abrangente que inclua toda a Cisjordânia, Jerusalém Oriental e a Faixa de Gaza”, disse ao secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken. Evidentemente que ninguém lhe ligou grande coisa, mas uma reportagem da Al Jazeera (e talvez valha a pena recordar o que é a Al Jazeera) deixou claro o que já se desconfiava: se é que alguma vez a teve, Abbas perdeu toda a tração política e ninguém parece reconhecer-lhe qualquer papel no futuro da Palestina. Os mais radicais consideram-no uma espécie de ‘lacaio’ de Israel – que aliás financiaria a própria Autoridade Palestiniana – pouco mais que um ‘moço de recados’ das decisões dos governos de Jerusalém (a sede do governo não é na capital, como sucede também com o Parlamento, o Knesset). Os menos radicais – na Palestina não haverá por certo não-radicais – apontam-lhe o pouco empenho na realização das eleições de maio de 2021, que aliás não aconteceram.

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