Num encontro alargado do Conselho Estratégico Nacional (CEN), que decorreu em Lisboa, Luís Montenegro apelou aos portugueses para que “não se deixem intimidar” por uma “narrativa política” que é vendida, até pela comunicação social, de que a governação da Geringonça “foi um sucesso”.
“Não, a Geringonça com os três partidos ou só com o PS foi má para a vida das pessoas”, defendeu, considerando que foi a partir desse executivo que mais portugueses tiveram de recorrer aos privados quer na saúde quer na educação.
Num auditório cheio com centenas de pessoas para discutir o programa eleitoral do PSD, Montenegro defendeu que “a teimosia, o bloqueio ideológico” dos últimos anos em áreas como saúde, educação ou habitação foi “claramente responsável pela perda de qualidade de vida em áreas fundamentais da vida dos portugueses”.
O presidente do PSD defendeu também a tese de que esta governação não se limitou à legislatura 2015-2019, em que o PS tinha acordos de incidência parlamentar assinados com PCP, BE e Verdes”.
“Continuou por convicção. O governo da geringonça dura até hoje. Alguém notou alguma diferença depois da geringonça ter passado de papel escrito ter passado a uma geringonça só de conversa ou coisa informal? Ninguém notou essa diferença, mesmo com maioria absoluta, o PS seguiu sempre as bases da política da geringonça”, disse.
Na sua intervenção, de cerca de meia hora, o líder do PSD repetiu que os dois candidatos mais destacados a secretário-geral do PS, Pedro Nuno Santos e José Luís Carneiro, “são absolutamente cúmplices deste trajeto”.
O presidente do PSD considerou que “nunca como depois dos Governos da Geringonça” tantos portugueses recorreram a sistemas privados de saúde ou tantos alunos do ensino secundário, 25%, frequentaram também este setor, “aqueles que têm mais dinheiro”.
“Está a criar-se uma injustiça muito grande na sociedade portuguesa à conta das políticas da Geringonça”, alertou, apontando que foi também durante os executivos socialistas que “se fechou o mercado da habitação”.
O presidente do PSD deixou ainda um compromisso: se for primeiro-ministro após as eleições legislativas antecipadas de 10 de março, o novo símbolo institucional do Governo — que gerou polémica por ter simplificado a imagem, retirando a esfera armilar, as quinas ou os castelos — deixará de ser a referência, recebendo muitos aplausos de pé da assistência.
“É que faz toda a diferença, nós no nosso projeto não fazemos sucumbir as nossas referencias históricas e identitárias a uma ideia de ser mais sofisticados, connosco não há disso. Já chega de política de plástico”, afirmou.
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