Portugal, de forma imprevista, vê-se confrontado com a necessidade de voltar a escolher os seus representantes no parlamento português e, consequentemente, o governo de Portugal.
Portugal parece, aliás, voltar a registar uma certa síndrome de instabilidade, maleita que todos julgávamos debelada.
Acontece que, pelas razões conhecidas, o país deu o pontapé de saída para um ciclo eleitoral que se vai prolongar ao longo de três anos. Eleições legislativas e para o parlamento europeu em 2024, eleições autárquicas em 2025, eleições presidenciais em 2026. Salvo algum imprevisto, Portugal iniciará um novo ciclo político com novos protagonistas no parlamento e na governação, na relação com a Europa, nas autarquias locais e na presidência da república.
Nos 50 anos do 25 de Abril veremos a assumir as responsabilidades principais do nosso futuro colectivo a geração dos que nasceram ou, pelo menos, fizeram a totalidade da sua formação em democracia.
Uma geração que não tem contas para ajustar com o passado, que não tem como linha de fractura ser, ou não ser, democrata, uma geração que não carrega o peso do passado, antes se afirmará na conformação do devir.
Estes são tempos de ousar, porque este é o princípio da concretização da oportunidade de uma geração. Da geração que está agora a entrar no mercado de trabalho, ou no início das suas carreiras. É deles o momento de construir um novo modelo de sociedade adequado aos novos desafios.
Mas, se assim é, é bom que possam construir o seu próprio roteiro, os seus próprios roteiros alternativos, que coloquem ao serviço dos seus programas a inovação que certamente os caracteriza e, fazendo jus à recorrente afirmação de que são a geração mais bem preparada de sempre, surpreendam os portugueses com programas novos, ousados e inovadores.
Nas próximas eleições vai estar em jogo mais do que um resultado, vai estar em causa uma marca primeira para os próximos anos. Por isso, é muito importante conhecer os programas, os compromissos, as prioridades de actuação, quais os destinatários prioritários das políticas, quais os nossos concidadãos cuja vida se quer alterar, como é que Portugal se vai posicionar, na europa e no mundo, para os próximos desafios.
Por favor, surpreendam-nos e motivem-nos como se o 50º aniversário do 25 de Abril fosse um recomeçar virtuoso da nossa democracia e da afirmação das políticas, na sua saudável diversidade. Os que estão para vir exigem-no, em nome do seu futuro.
O autor escreve de acordo com a antiga ortografia.