Apesar do passado português ligado ao mundo árabe, as ligações atuais são pouco mais do que residuais, com Marrocos a representar mais de metade de um bolo que não chega aos dois mil milhões de euros. Com o bloco a crescer, Portugal deve aproveitar a oportunidade, defende Luís Filipe Menezes, presidente da CCIAP, que garante não ter interesse em voltar à cena política nacional.
Que características destacaria da Câmara de Comércio?
Os estatutos desta Câmara têm nuances que tento explicar às pessoas que entram. Os órgãos da Câmara são paritários, com número de portugueses igual ao de árabes. Em segundo lugar, o Conselho de Administração tem 50 pessoas. A razão por detrás disto é que as 25 pessoas árabes não são pessoas como nós, são autoridades. Deste lado da mesa estamos nós, portugueses, e do outro estão árabes representativos. Três da hierarquia máxima do poder centralizado árabe, que não se alterou muito desde as independências, e os outros 22, os presidentes das confederações patronais de lá. Entre os interesses portugueses e a vontade de ter negócios e acordos com os países árabes, podemos ter diariamente quem quisermos. Isto parece-me único.
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