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Paulo Lima de Carvalho, administrador da Global Media, demite-se e invoca “justa causa”

Paulo Lima e Filipe Nascimento invocaram justa causa para renunciarem às funções de administrador es e membro da comissão executiva, não referindo, na carta, se pretendem pedir uma indemnização ao grupo.
18 Janeiro 2024, 22h13

Paulo Lima de Carvalho renunciou às funções de administrador da Global Media, invocando justa causam, apurou o Jornal Económico.

O responsável, que iniciou funções em setembro, invoca justa causa para cessar funções, alegando que foi convidado para o projeto com base em pressupostos que não se cumpriram. Argumenta ainda, na sua carta de demissão, a que o JE teve acesso, que se deparou com situações no grupo Global Media que o deixaram profundamente desconfortável.

“Como é notório e público, não só as condições mínimas necessárias à implementação dos projetos para os quais fui incumbido não estão a ser minimamente asseguradas, como ocorre, ao invés, uma total ausência de investimentos, que estão a provocar uma permanente situação de asfixia financeira, onde nem sequer nos é possível assegurar os compromissos já existentes, designadamente remunerações, quanto mais desenvolver quaisquer tipo de projetos”, refere a carta de renúncia.

Paulo Lima de Carvalho argumenta que as promessas que lhe foram feitas não foram cumpridas e que a situação em que o grupo se encontra, a que é “totalmente alheio”, está a pôr em causa o seu bom nome e reputação profissional. Por estas razões, invoca justa causa para renunciar às funções de administrador e membro da comissão executiva, não referindo, na carta, se pretende pedir uma indemnização ao grupo.

Para além de Paulo Lima, Filipe Nascimento, o administrador executivo da Global Media com a área financeira, apresentou também esta quinta-feira à noite a renúncia ao cargo que ocupava, segundo o Jornal Expresso.

Tal como Paulo Lima, o CFO do grupo justifica o pedido para sair, que foi apresentado para todas as empresas da Global Media, “invocando justa causa para o efeito”. Na base da demissão está também o facto de não terem sido cumpridos os objetivos que o levaram a aceitar o cargo.

Os responsáveis são as mais recentes baixas na administração do grupo proprietário do “Jornal de Notícias”, “Diário de Notícias”, TSF, “Dinheiro Vivo” e “O Jogo”, que atravessa uma profunda crise.

Os salários de dezembro e o subsídio de Natal de uma grande parte dos trabalhadores ainda não foram pagos e o fundo WOF, sediado nas Bahamas, não pretende liquidar os valores em atraso enquanto a Entidade Reguladora da Comunicação (ERC) não concluir o processo que poderá levar à suspensão dos seus direitos económicos na empresa, devido ao seu desconhecimento dos titulares das unidades de participação do fundo.

O fundo fez também saber, através de uma nota da comissão executiva da Global Media, que só pagará os salários se o empresário Marco Galinha retirar o pedido de arresto da sua participação de 52% na holding Páginas Civilizadas, que controla 51% da Global, por incumprimento contratual.

Entretanto, os trabalhadores do “Jornal de Notícias” e de “O Jogo” decidiram em plenário suspender os seus contratos de trabalho, um direito previsto na lei sempre que existam salários em atraso por mais de 15 dias.

Até ao momento, não foi possível obter esclarecimentos de Paulo Lima de Carvalho.

(atualizada às 23h36 com a demissão também do administrador financeiro Filipe Nascimento que foi noticiada pelo Expresso)

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