[weglot_switcher]

Trabalhadores do “DN” decidem greve no final do mês se salários não forem pagos

Ao contrário dos trabalhadores do “JN” e de “O Jogo”, que decidiram suspender os seus contratos de trabalho enquanto os salários em atraso não forem pagos, os jornalistas e outros profissionais do “DN” optaram por outra forma de protesto, caso não recebam até ao final de janeiro.
19 Janeiro 2024, 16h22

Os trabalhadores do “Diário de Notícias” decidiram hoje em plenário aguardar até ao final do mês pelo pagamento dos salários em atraso. Se esse pagamento não for feito, os trabalhadores entrarão em greve por período indeterminado, mas não vão suspender os seus contratos de trabalho, ao contrário do que decidiram os jornalistas e outros profissionais do “Jornal de Notícias” e de “O Jogo”, apurou o JE.

No entanto, o plenário do “DN” aprovou uma moção de solidariedade para com os trabalhadores que se vejam obrigados a recorrer à suspensão do contrato de trabalho. A lei prevê que os trabalhadores possam suspender os seus contratos de trabalho enquanto tiverem salários em atraso, podendo receber subsídio de desemprego ou trabalhar para outro empregador, desde que não seja concorrente do anterior.

A Global Media tem parte dos salários de dezembro e dos subsídios de Natal em atraso e ontem a comissão executiva anunciou que o fundo WOF, sediado nas Bahamas, não pretende fazer a prometida transferência para pagar aos trabalhadores, enquanto a ERC não concluir o processo de averiguação da identidade dos seus investidores, que poderá levar à perda dos seus direitos económicos na empresa proprietária de marcas como o “DN”, o “JN” e a TSF.

Hoje, os acionistas minoritários do grupo – Marco Galinha, Kevin Ho, José Pedro Soeiro e Mendes Ferreira – divulgaram um comunicado onde se demarcam das decisões tomadas pela gestão indicada pelo WOF e anunciam a convocatória de uma assembleia-geral extraordinária para afastar o CEO José Paulo Fafe. Os quatro acionistas manifestaram ainda “total disponibilidade” para retomar o controlo da gestão da empresa.

No mesmo comunicado, enviado após se saber que a ACT abriu sete processos de contra-ordenação, os acionistas evidenciam a continuação do “incumprimento da gestão executiva do Senhor José Paulo Fafe, representante do World Opportunity Fund, Ltd, quanto a obrigações basilares dos contratos, que, entre o mais, se materializa na falta de pagamentos dos salários dos colaboradores do GMG”.

Na quinta-feira à noite, Paulo Lima de Carvalho e Filipe Nascimento, administradores-executivos do grupo, que ontem apresentaram as respetivas demissões, invocando “justa causa” devido ao não cumprimento das promessas que lhes foram feitas pelo WOF aquando da entrada na Global Media.

 

RELACIONADO
Copyright © Jornal Económico. Todos os direitos reservados.